quarta-feira, 6 de agosto de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 40

CAPÍTULO 40
SAI UMA MARILYN COM SABOR A BAUNILHA

“O sexo faz parte da natureza.
E eu dou-me maravilhosamente com a natureza”
Marilyn Monroe

No capítulo anterior, JC encontrava-se na limusine, que “voava”, nas mãos do agente cubano (para os mais distraídos, este agente estava infiltrado na comunidade anti-Castro de Miami… Florida), para a sede da Killing Quickly, Inc. (também para os mais desatentos, em Dallas… Texas, como referido em vários capítulos).
(Mais um esclarecimento aos leitores: o agente cubano está baseado em Miami, e foi mesmo por um anúncio publicado em todos os jornais da Florida que recolheu a preciosa informação – a residência da namorada da Rebecca. Já agora, se quiserem, o anúncio foi também publicado nos jornais dos outros 49 estados e do distrito federal de Columbia, mas o agente pegou no jornal que tinha mais à mão….)
JC é um gajo bafejado pela sorte. O Bolinhas, mesmo de férias, atende ao primeiro toque. Depois de ser posto ao corrente do curso dos acontecimentos, o honorável capitão, que havia desenhado todo o sistema eléctrico da sumptuosa sede da corporação do crime, aconselha JC.
- Como sabes, as câmaras de vídeo-vigilância estão ocultas dentro das paredes. Mas há uma coisa que eu sei e eles não sabem e chegou a hora de os lixar, até porque o avançado-centro que me prometeram, para reforçar Os Belenenses, veio lesionado e não jogou durante toda a época.
- Conta lá, pá, que estou em pulgas.
E o Bolinhas contou. Supostamente, o sistema anti-vibração das câmaras deveria resistir a um sismo de magnitude 6 da escala de Richter. No entanto, o fornecedor dos equipamentos não respeitou o caderno de encargos e o sistema anti-vibração apenas funciona até aos 3,4 graus.
Bastará, com efeito, encontrar uma maneira de fazer o edifício tremer com uma magnitude de 3,5 graus, coisa pouca, que só é detectada pelos sismógrafos, e as câmaras deixam de funcionar.
- Nada que uma bombinha de fraca potência não consiga fazer – informa o Bolinhas – vou-te mandar a planta do edifício para o blackberry, para escolheres o local ideal para a colocação da bomba.
JC efectua depois os cálculos e conclui que as vigas do parque de estacionamento subterrâneo têm 625 cm2, que destruir a 13ª viga da esquerda, a contar da saída do elevador 7, no piso 2 inferior, será o suficiente para fazer abalar o edifício numa magnitude de 3,5 graus. E que, para o efeito, apenas precisa de 500 gramas de C-4. Pede ao agente cubano para lhe arranjar os materiais necessários: ciclotrimetilenotrinitramina em pó, água, poli-isobutileno, sebacato de di(2-etil-hexila), óleo de motor e um detonador eléctrico.
- Não tem problema – diz o condutor – ando sempre prevenido e tenho isso tudo no porta-bagagens.
- Só falta comprar uma pizza, para simularmos uma entrega. Consegues arranjar-me uma farda de entregador de pizzas? – pergunta JC.
- É só pedires. Também há uma na bagageira!
Comprada a pizza frutos do mar, JC deita-a fora, pois é alérgico a marisco, coloca na caixa os materiais explosivos, veste o disfarce e pede ao agente cubano para o deixar na esquina do edifício da Killing Quickly, Inc.
Na recepção, dois gorilas, fortemente armados, assistem à entrada de JC e perguntam-lhe:
- Ao que vens tu, rapazola? Não é qualquer gajo que pode entrar por aqui dentro, mesmo que seja para entregar pizzas.
- Qual de vocês é que vota nos democratas? – pergunta JC.
- Sou eu – diz um deles.
- E eu também – responde o outro.
- Então temos de desempatar. Aquele que responder certo a uma pergunta, ganha esta pizza grátis, numa promoção da Pizza na Hora, “Coma Dentro ou Leve para Fora”.
- Porreiro, pá. Faz lá a pergunta!
- Encontram o Barack Obama e a Hillary Clinton num beco escuro. O que é que eles estão lá a fazer?
- ih ih ih, essa é fácil - responde o gorila mais avançado na idade – estão a f…
- Nem penses – diz o outro capanga, com ar imberbe – estão a fumar às escondidas!
- Falso – responde JC – vocês são mesmo brutos! Estavam a fazer croché com óculos de visão nocturna. Mas como eu sou um gajo porreiro deixo-vos decidir quem é que fica com a pizza.
Os gorilas desatam à chapada. JC aproveita a distracção e escapa para o átrio dos elevadores. Corre, corre, corre, até encontrar o elevador 7. Desce ao piso 2 inferior, coloca a carga explosiva, que faz detonar, volta a subir, agora para o piso 240.
Os seguranças continuam embrulhados. Nem reparam que os monitores deixaram de captar as imagens das câmaras de segurança.
JC consulta a planta. O acesso à câmara criogénica faz-se pela 57ª porta da direita, quase ao fundo do corredor. Bate à porta. Silêncio. Digita o ano de nascimento do presidente da Killing Quickly, Inc.
- Faça o favorrr de entrarrr Misterrr John Verrrygood. Seja bem-vindo à câmarrra crrriogénica. Não se constipe. Vista o fato de esquiarrr que está pendurrrado atrrrás da porrrta – diz o sistema electrónico, que havia sido programado por um cientista nazi.
JC penetra na câmara criogénica. Uma ampla sala repleta de tanques, tipo arcas de supermercado, mas totalmente transparentes e sem os brócolos e o bacalhau da Noruega. Estão cheios com nitrogénio líquido, mantido em temperaturas abaixo dos 150º centígrados negativos.
Repara que o primeiro tanque é ocupado por Elvis Presley. E, logo ao lado, Marilyn Monroe. O aspecto é, mais ou menos, a dar para o congelado, mas saudável.
Marilyn ainda tem os lábios entreabertos. Não se percebe bem, mas talvez estivesse a cantar “Happy Birthday Mr. President” quando foi congelada…
- Afinal, a gaja não morreu… Vou já dar a novidade ao VJ/DJ Slow Down!
O silêncio é assustador. JC percorre atentamente aquela verdadeira câmara dos horrores, até descobrir o corpo de Tatiana. Dispara a Walther PPK. O tanque quebra-se.
Um líquido magenta, com aroma a James Martin’s 30 anos, liberta-se em catadupa. Tatiana vem no meio do líquido, aos trambolhões, ainda ligada a tubos de várias cores.
JC dá-lhe umas valentes chapadas, para a aquecer, combatendo a hipotermia. Mas Tatiana não reage. Faz-lhe respiração boca-a-boca, sentindo-se enjoado com o corante de baunilha do nitrogénio, mas resiste. Continua com uma massagem cardíaca. A mulher não dá sinais de vida. JC persiste, luta com todas as forças para reanimar a sua amada.
Frustradas estas tentativas, JC vai buscar o fato de esquiar e veste-o em Tatiana. Era só o que faltava a miúda ainda apanhar uma constipação… Pega-lhe ao colo, calça os esquis e sai disparado da câmara criogénica. Os alarmes já soam por todo o edifício.
JC rebenta com o vidro de uma janela e salta para o vazio, a mais de 700 metros do solo. Depois de alguns rodopios, consegue equilibrar os esquis e desafia a força da gravidade. A velocidade da descida é estonteante. JC e Tatiana estão agora a 300 metros de altura… 200… 150… 100… 50… 30… 20… 10… 5… 2… O par aterra suavemente no interior da limusina. Sempre atento, o agente cubano havia já aberto o tejadilho.
- Boa meu! Ainda bem que alugaste uma limusina convertível… - comenta JC.
O agente cubano acciona o seu contacto no hospital mais próximo. Quando chegam à unidade hospitalar, são já esperados por uma equipa de emergência médica.
Apesar de todos os esforços, que se prolongaram por muitas horas, Tatiana não sai do coma profundo que a envolveu.
O nosso herói olha desesperado para a sua amada, ligada às máquinas. As lágrimas correm-lhe pelas faces.
- Sempre confiei nas capacidades da Medicina… - diz JC, pesaroso, para o agente cubano que o havia auxiliado na operação de resgate.
- Já dizia Einstein que só “as teses da matemática são absolutamente certas e irrefutáveis, ao passo que as das outras ciências sempre estão em perigo de serem derrubadas por factos recém-descobertos” – lembra-lhe o companheiro.
- É verdade, camarada, a vida é uma equação de terceiro grau. Se não deslindamos a incógnita, nunca alcançamos uma proposição verdadeira.
É aqui, neste derradeiro momento, que o autor apela aos seus leitores, num desafio de interactividade jamais visto em blogonovelas, para chegar a um desfecho para “Crime em Linda-a-Velha City” (tá bem, oh malta, eu queria dizer “Crime em Linda-a-Velha City – 1ª temporada”).

Opção A: Acham que a Tatiana deve manter-se em coma?
Opção A1: Sim! E JC suicida-se.
Opção A2: Sim! E JC volta para os braços da Marília.
Opção A3: Sim! E, com o desgosto, JC torna-se cantor pimba.

Opção B: Acham que a Tatiana deve acordar do coma?
Opção B1: Sim! E recupera todas as suas funções.
Opção B2: Sim! Mas não abandona totalmente o estado vegetativo, sendo apenas capaz de alguma actividade sexual passiva.
Opção B3: Sim! Mas fica alérgica a baunilha e decide terminar a relação com JC, que se torna gay.

Opção C: Acham que Tatiana nunca entrou em coma e que tudo não passa de um pesadelo de JC?
Opção C1: Sim! E quando JC acorda é internado num hospital psiquiátrico. Tatiana regressa a Cuba e torna-se presidente.
Opção C2: Sim! E quando JC acorda, casa com a Tatiana e vivem felizes para sempre.
Opção C3: Sim! Mas JC nunca acorda do pesadelo, Tatiana vai para um bar de alterne e acaba por casar com o presidente de um clube panamense.
TO BE CONTINUED NEXT SEPTEMBER… SE DEREM UMAS DICAS QUE ME AGRADEM…

6 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem...a Tatiana!!!!
Adorei isso do voo pela janela amparada somente por esquis...!!!!
Na minha opinião podíamos colocar um bocado de cada uma das opções:

A Tatiana deve acordar do coma sim! Recuperar todas as suas funções (Opção B1) entretanto ficar alérgica a baunilha (Opção B3). Deve regressar a Cuba (Opção C1). Deve ir trabalhar para um bar de alterne (Opção C3) onde JC torna-se cantor pimba. (Opção A3). Dai os dois convidam a Marília para morar lá em casa e os três vivem felizes para sempre (Opção C2 e Opção A2)!!!!!! ( adoro finais felizes!!!!!Parvoíce!!!!Mas o que se hei de fazer ???? Sou uma eterna românticas.
Fiz muita confusão?????
Então vai lá de férias e depois em Setembro espero por mais….
Jinhos

MANUEL JESUS disse...

QUERIDA BIMBA: Isso é que é um cocktail explosivo!
Até que não é mal pensado. Metemos um problema de saúde (alergia à baunilha), umas pitadas de ambição política (regresso a Cuba, para assumir a presidência), alguma dose de reconversão da carreira profissional (bar de alterne), uns pozinhos de poligamia (Os 3 à molhada!), momentos de felicidade (vivem felizes para sempre) e um pormenor de simples mau-gosto (cantor pimba).
É com estes ingredientes que se faz uma novela de sucesso e nem sequer é preciso uma Bimby para cozinhar isso tudo...

Anónimo disse...

OH MANUEL!!!!
É preciso Bimby para TUDO...TUDISSIMO!!!!
E ve lá se não me estragas o negócio....
jinhos

Anónimo disse...

Estava o episódio a correr tão bem, com os pormenores todos que nos habituaste, com acção, com suspense, sem sexo :( mas com porrada, eis senão quando, aparece um questionário. Um questionário? Isso são influencias do Verão? Levas para a praia aquelas revistas de adolescentes com a desculpa que gostas delas novinhas em folha quase por estrear e em vez disso pões-te a responder a questionários. “O meu namorado gosta mesmo de mim?”, “Os rapazes acham-me sexy?”, “As minhas amigas têm inveja do meu físico?” Oh triste figura.
Man’el, ouve-me pá. Vejo-te definhar a cada dia que passa. A tua postura de escritor rebelde, de filósofo insubmisso, de ensaísta revolucionário está agora ao nível de um pedinte intelectual.
- Deitem algumas migalhas meus senhores, que tenho uma uma blogonovela para acabar. Qualquer coisa serve, que meto tudo numa Bimby e há-de sair qualquer coisa, se Deus quiser.
Chiça!

Fernando Bugalho disse...

É pá, J. Afonso, não vês que o autor está cansado e precisa de férias ?

No entanto concordo contigo, o autor está a definhar.
Eu até já nem estranho os episódios com total ausência de sexo; aliás, acho que o autor, já está a ficar "entradote" e está-se a tornar naqueles gajos esquisitos que frequentam ali as prais do 18 prá frente, na Caparica. É um saltinho desde a casa dele.
Não foi por acaso que nem o nosso herói escapou a esta "larilisse" do autor, pois até teve que se entreter com o Tom Hanks...
Mas enfim, é o que temos e não vou fugir à questão das opções e por mim voto na C3:"Sim! Mas JC nunca acorda do pesadelo, Tatiana vai para um bar de alterne e acaba por casar com o presidente de um clube panamense."
Com a Tatiana num bar de alterne, pode ser que o bicho arrebite (não seus tarados, não é isso que estão a pensar, eu refiro-me ao JC).
Espero que o autor regresse de férias com força na verga, desculpem, na pena, para continuar a escrever.

MANUEL JESUS disse...

J.AFONSO E FERNANDO BUGALHO: Nunca ouviram falar da silly season??? Não são apenas os media clássicos que são afectados, os blogs também!
J. AFONSO: É só conversa, pá! Qual é a tua opção preferida, afinal? E é preciso insultar? Que o Bugalho me considere um frequentador de praias rabetas ainda vá, agora pedinte intelectual?!