quarta-feira, 30 de abril de 2008

CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 11

CAPÍTULO 11
O ASSASSINO METROSSEXUAL

“O que gosto mais num homem é a inteligência,
o sentido de humor e um corpo fantástico.
Mas se tem um corpo fantástico posso esquecer o resto”.
Madonna

No capítulo anterior, mostrámos o intrincado processo de “adormecer” e “acordar” agentes praticado pela Killing Quickly, à revelia dos mais elementares princípios do respeito pela vida humana.
Quando questionado sobre este comportamento da corporação, Bill Longknife, que detém o cargo de European Manager, costuma citar o avô materno, Groucho Marx: “Estes são os meus princípios, mas se não gosta deles tenho outros”.
A única coisa que Longknife aprecia no lado materno da família é precisamente o espírito de humor, embora não o pratique com grande assiduidade.
Ele sente-se muito mais ligado ao clã paterno, que construiu a fortuna da família a custo de golpes baixos.
Tão baixos que o outro ramo da família se lhes refere, em surdina, como os parentes das “partes baixas”.
Mas Longknife tem orgulho nestes seus antepassados, cujos retratos tem profusamente espalhados pelo gabinete.
Uma verdadeira galeria de rostos sisudos, porque, como sabemos, mafioso que é mafioso não mostra os dentes nem ao dentista.
Por isso, todos os seus antepassados morreram com os dentes estragados.
Longknife é doutra geração, mais consciente das vantagens de manter uma boa higiene oral, menos exposta às agruras da vida, praticando uma alimentação saudável e cultivando a cultura física.
É considerado pelas mulheres da corporação como um “pão metrossexual”. E ele convida-as para os desfiles de moda e leva-as aos bares mais “in”.
As damas até lhe perdoam o acentuado narcisismo.
Já os colegas do sexo masculino consideram-no apaneleirado, mas evidenciam alguma cobiça pelo seu sucesso junto do target feminino.
É uma pessoa sofisticada, atraente, que se preocupa com a aparência, que dedica uma boa parte do seu tempo aos cuidados do corpo e do visual.
É cliente assíduo dos salões de beleza e das clínicas de estética, onde faz a depilação, trata das unhas e maquilha o rosto. Só veste Hugo Boss ou Armani.
A casa-de-banho anexa ao seu gabinete está bem fornecida com uma impressionante panóplia de conhecidos e dispendiosos produtos de beleza masculina.
E até sabe descarregar o autoclismo sem precisar de telefonar ao “Bolinhas”.
Toca o telefone no gabinete de Bill Longknife, no 213º piso.
- Longknife! Olá… Agente nº 15.444… Afirmativo… “adormecido”… Linda-a-Velha City… Dossier… OK… Subo!
A propósito, Bill tem uma outra característica, que irrita bastante os seus interlocutores. Fala por monossílabos.
Longknife entra no gabinete de Peter Hitdogs, que, como vimos, se encontra num estado deveras apreensivo, por ter compreendido que o único agente “in spot” estava na condição de “adormecido”.
- Hi Bill, tudo em cima?
- Sempre!
- Estás a par da nossa “Operação Badajoz”, em curso no Panamá, mesmo ao lado de Espanha, não é verdade?
- Verdade!
- Precisamos de “acordar” o único agente disponível que temos por lá.
- JC!
- Já alguma vez o utilizámos?
- Negativo!
- Achas que o gajo dá conta do recado?
- Dá!
- Então recebeu pontuação elevada nos testes de admissão?
- Excelente!
- Reúne a equipa da ciber-hipnose e viaja de imediato para Linda-a-Velha City. O assunto tem prioridade máxima.
- Máxima… OK… Tranquilo! – responde Longknife, ao encaminhar-se já para a saída.
Hitdogs manda a secretária contactar o responsável pela frota de jactos privativos da corporação, para operacionalizar a viagem.
- Captain Miguel Sancho? Aqui Hitdogs.
- Olá chefe!
- Temos algum avião em terra?
- Três. Um em manutenção e dois operacionais, como mandam as regras da empresa. O Citation Bravo para distâncias mais curtas e o Gulfstream V/550 para viagens de longo curso.
- Bom, manda avançar o Gulfstream.
- Qual é o destino?
- Panamá, Linda-a-Velha City.
- OK, eu mesmo asseguro o voo. Sempre aproveito para ir jantar com uma malta amiga lá da terra.
(Ganda tanga. Como todos sabemos, o gajo anda a baldar-se aos jantares!).
- O líder da missão é o Bill Longknife.
- Longknife?
- Sim, pá, o apaneleirado…
- Já sei, já sei – diz o captain Miguel Sancho – Vou mandar preparar o kit de beleza, garantir uma manicura, uma pedicura, um massagista, um cabeleireiro e uma maquilhadora.
- Sempre atento aos pormenores, captain!
Miguel Sancho – já arrependido de se ter oferecido para a missão – tomou nota mental para incluir na lista de procedimentos a requisição de tequilla, sumo de laranja e xarope de groselha.
- Os rotos adoram tequillas sunrise, f…-se – lamenta-se o chefe da frota aérea da Killing Quickly, Inc.
(Os meus amigos leitores escusam de começar já a correr para o bar, porque eu sei que se esqueceram de comprar a groselha…).
TO BE CONTINUED…

terça-feira, 29 de abril de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 10

CAPÍTULO 10
COMER CORN-FLAKES COM LEITE TEM SEVERAS CONTRA-INDICAÇÕES!

“Não sou capaz de fazer rapazes, bem tentei.
Andei a ler técnicas mas não funcionam!”
Piet-Hein Bakker

Como estão recordados, John Verygood e Peter Hitdogs discutiam a “Operação Badajoz” quando foram interrompidos pelo episódio rasca do Estalone.
Só para se manterem a par dos acontecimentos, apesar de marginais à história – até ver – o gajo aceitou as funções propostas e a Rebecca pôde ir para casa tranquila da vida, dar uma queca com a namorada.
Sim! Com a namorada! Qual é o problema? 30% das mulheres do mundo ocidental já praticam lesbianismo. E se a estas somarmos as bissexuais a percentagem sobe para 55%.
Peter Hitdogs, já no seu gabinete, acaba de receber a listagem dos operacionais em Linda-a-Velha City e afunda-se na poltrona.
- Eh pá, como dizem os panamenses, o que nasce torto nunca se endireita – resmunga, lixado da vida – só lá temos um agente e está “adormecido”.
Convém explicar que, no léxico da Killing Quickly, Inc., este termo aplica-se quando um agente “esquece” que trabalhou para a corporação.
“Esquece”, entre aspas, porque, na realidade, essa perda de memória não é natural, não é provocada por acontecimentos de ordem psicológica, nem decorre de um acto voluntário do agente.
Antes pelo contrário, o estado de profunda amnésia é obtido numa sessão de ciber-hipnose, integralmente garantida e controlada por um programa informático.
Este programa foi concebido por uma task-force de cinco hipnotizadores, três matemáticos, 154 informáticos, um decorador de interiores e duas psicólogas giras. Alguém tinha de servir os cafés, não é verdade? (Sexista o c… que vos f…).
O agente pode, desta forma, manter-se no limbo por décadas, até que os seus préstimos sejam necessários.
O programa informático selecciona e aplica, então, os procedimentos de regressão de memória e o agente é reactivado, ou, no léxico da corporação, “acordado”.
Mas o grupo de gurus da task-force não conseguiu solucionar um problema. Veio a apurar-se que o transe hipnótico provocava, adicionalmente, o “apagamento” de outros detalhes, embora variáveis de indivíduo para indivíduo, alguns dos quais essenciais à sobrevivência do agente.
Comer com garfo e faca, fazer zapping, combinar a cor do cinto com a dos sapatos, dar milho aos pombos e saber colocar fotografias nos blogs são alguns dos exemplos registados.
A Killing Quickly, Inc. tentou apurar as responsabilidades pela ocorrência do bug, criando uma Comissão de Inquérito.
Os hipnotizadores acusaram os matemáticos. Estes responsabilizaram os informáticos. Cada um destes informáticos atribuiu as culpas aos outros 153, com excepção do Montez, que acusou o Mick Jagger.
O decorador de interiores foi ilibado, por se considerar que os cortinados cor-de-rosa não haviam afectado o trabalho da task-force.
O Mick Jagger também saiu incólume da acusação, por se ter provado que, à época, andava em digressão com os Rolling Stones.
O inquérito concluiu que as duas psicólogas engraçadas agiram com negligência no cumprimento das tarefas que lhes estavam cometidas, por terem servido, por quatro vezes, os cafés demasiado frios, e foram despedidas.
Adianta-se que todos os agentes da Killing Quickly, Inc., logo após o recrutamento, são submetidos às acima referidas sessões de ciber-hipnose, tendo em vista apagar determinados factos da sua vida.
Aqueles factos que, segundo uma rigorosa avaliação, poderão vir a colocar em risco o seu futuro desempenho profissional.
Mas este método só começou a ser aplicado mais tarde, após a ocorrência do caso a seguir descrito.
Consta nos anais da corporação (quem acha que eu não ia resistir a fazer uma graçola com isto, bem pode ir levar no cu…) o caso de um agente que se tornou lendário e que, sempre que comia corn-flakes com leite com chocolate, desatava a cantar “Vladivostok, vila morena”, a dançar fandango e a bater castanholas.
Como facilmente se compreende, tal agente não podia ser utilizado em missões que envolvessem tomar o pequeno-almoço em público, que são quase todas, por prejudicar a obrigatória discrição inerente ao business.
Submeteram-no ao programa informático de transe hipnótico e as causas foram identificadas. Tudo residia num acontecimento traumatizante ocorrido na sua adolescência e que havia sido recalcado.
O tal agente, ainda antes de ser agente – A Killing Quickly, Inc. não recruta menores de idade – teve a sua primeira experiência sexual com uma bela loira de um metro e noventa e corpo de top-model.
Quando a loira lhe perguntou se gostava mais de ser activo ou passivo, o jovem, um quanto preguiçoso, como é típico dos adolescentes não nascidos em Linda-a-Velha City, ou os anónimos dos blogues, optou por deixar o trabalho activo para a rapariga.
E qual é o problema? Pergunta o leitor, ávido da resposta.
O problema é que a bela loira era um transsexual com apreciável dote, o qual introduziu no… bom… ui… só de pensar nisso até dói! Imaginam o efeito que isso terá tido no futuro agente?
O que o programa informático não conseguiu explicar é porque é que o rapaz só deu de frosques depois da 15ª penetração…
(A história é mesmo verdadeira. Nunca me aconteceu a mim, mas conheço um anónimo dos blogues a quem sucedeu e pode vir a passar-se com vocês, leitores. Enviem este alerta para cinco amigos. Se quebrarem a cadeia, as consequências serão trágicas).
Certo é que o futuro agente foi afogar a sua infelicidade, e também as dores, dirigindo-se ao snack-bar mais próximo, onde ingeriu doses excessivas de leite com chocolate*, ao qual adicionou, para fins analgésicos, uns quantos comprimidos de ácido acetilsalicílico.
*(Aviso às más-línguas: não estou a fazer qualquer alusão às preferências alimentares do nosso ilustre conterrâneo Fernando Pinto, a.k.a. Fanam Grande).
Uma temporada no hospital resolveu a coisa do ponto de vista físico. Mas o trauma psicológico foi enorme e o jovem recalcou o acontecimento.
Já curado do trauma, através da ciber-hipnose, ele continuou a comer corn-flakes, mas teve de substituir o leite com chocolate por rum cubano Havana Club.
O lendário agente tornou-se conhecido por Rumbullion, termo com o qual os ingleses designavam os piratas das Caraíbas, por se enfrascarem abundantemente em rum e desatarem à cacetada.
Mas foi reformado compulsivamente, em 17 de Outubro de 1978, quando disparou a sua Smith & Wesson Double-Action, calibre 38, na direcção de um agente do KGB, ajoelhado 10 metros à sua frente, a apertar os sapatos, e acertou na velhinha Mary Poppins, que pairava, suspensa de um guarda-chuva, por cima dos prédios do outro lado da rua.TO BE CONTINUED…

segunda-feira, 28 de abril de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 9

CAPÍTULO 9
SOMOS CAMPEÕES, CARAGO!

“O sexo está envenenado por estereótipos de pénis gigantes, erecções duras como pedra e coitos que duram a noite toda”
Eric Corty

Os seguintes acontecimentos ocorrem entre as 16.30 e as 17:30, de 25 de Abril de 2008.
John Verygood e Peter Hitdogs estão a equacionar uma acção de reforço da “Operação Badajoz”, que visa dotar duas regiões espanholas de vista para o Atlântico, a partir da eliminação em massa do combatente povo panamense.
- Temos de pôr a coisa nos eixos lá para os lados do Panamá – diz John Verygood.
- Tens toda a razão. Já pedi aos Recursos Humanos uma lista dos nossos operacionais em Linda-a-Velha City.
- Linda-a-Velha City? Não foi lá que se realizou a final da Super Bowl?
- Negativo, John. Deves estar a fazer confusão com uma notícia de ontem. O clube da cidade, o Sporting Clube de Linda-a-Velha, conquistou a Taça do Mundo.
- É isso, é isso! Com dois grandes golaços do Cristiano Ronaldo, o puto que foi contratado ao Manchester United… e que tem aquele treinador fantástico, “Tonisca” Oliveira, a quem já chamam Two And A Half Points Over Special One.
- Como devias saber, se não fosses tão idiota, Linda-a-Velha City é a principal metrópole do Panamá.
Os dois responsáveis da Killing Quickly, Inc. são subitamente interrompidos pelo inconfundível toc-toc da batida no mogno da porta do gabinete.
- Entre – responde Verygood.
- Chefe, tenho ali fora aquele tipo que insiste em ser recrutado, o Estalone – informa Rebecca, a secretária do director geral.
- Oh Rebecca, isso são maneiras de se apresentar na minha presença? Camisa rasgada, mamas à mostra, belas mamas, sim senhora, cuecas em baixo e, ainda por cima, despenteada? Será uma forma subtil de pedir um aumento de salário?
- Não chefe. O Estalone confundiu-me com uma miúda vietnamita que conheceu na guerra…
- Diz a esse trambolho que estou ocupado!
- Mas chefe, ele já esmagou o meu computador, comeu um bocado da alcatifa e atirou pela janela a estagiária…
- Aquela que contratámos no mês passado? A da cunha metida pelo gajo do saxofone?
- Isso mesmo.
- Estou-me nas tintas! A gaja era uma incompetente do caneco.
- Oh chefe, olhe que ela até ocupou uma posição bem exigente na sala oval.
- Quero é que ela vá fazer uns valentes b…
- Já fez, chefe, já fez. E de alto nível!
- Despacha lá o gajo em grande velocidade. Olha, fala-lhe ao coração, tens jeito para isso!
Passados alguns segundos, Rebecca regressa ao gabinete.
- Então? Falaste-lhe ao coração?
- Oh chefe, o Estalone diz que o coração dele já não bate como dantes! – responde Rebecca lavada em lágrimas – Trocou por um de plástico, com oferta de pacemaker, numa promoção da clínica lá do bairro. E, entretanto, implodiu três armários, gastou cinco caixas de agrafes a fazer piercings nas orelhas e estrangulou a menina dos cafés.
- Bem, contrata lá outra para servir cafés, que eu hoje estou um mãos-largas, e acalma essa besta. Põe o gajo a falar de sexo. Homem que é homem adora conversas do género!
Rebecca volta a sair, mas logo regressa a correr, anda mais rápida que a atleta panamense Carla Sacramento. Percorrendo os 100 metros que distam da porta do gabinete à secretária do chefe em 7,9 segundos.
- Oh chefe. O Estalone diz que não tem sexo. A ex-mulher esmagou-lhe as little balls com as big bubbies e, depois desse episódio, do que ele gosta mesmo é de criar periquitos e ser nosso empregado.
- Vá lá, Rebecca, tu vais conseguir. Read my lips: tu vais ser capaz!
Rebecca estende a mão direita na direcção dos lábios do chefe e, com recurso ao sistema Braille, lê-lhe os lábios e sai, confiante, repetindo para si própria:
- Eu sou capaz… eu sou capaz… eu sou capaz…
Mas não durou mais do que três minutos para voltar a penetrar no gabinete, agora ainda mais cabisbaixa.
- Por favor receba-o, chefe. Segui a estratégia da conversa séria, explicada no 5º capítulo do nosso manual de acolhimento. Tentei discutir com ele “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, mas o Estalone olhou para mim com ar esgazeado e disse-me: Lenine? O que tu queres sei eu!
(OK, esta paga direitos. Já fiz a devida transferência para a SPHRSPFP - Sociedade Panamense de Humoristas Ricos Sobretudo Porque Fazem Publicidade, tá?)
- Oh Peter, como é que se há-de resolver este impasse?
- Põe o gajo a colar selos naquele mailing que vamos fazer a nível mundial, para captação de clientes.
- Grande ideia! Rebecca? Em frente, marche!
- Yes, boss!
A coisa não está nada fácil. Os neurónios estão exaustos, o Benfica não ganha nada, já deitei abaixo duas William Lawson’s, o Jorge Coelho gamou-me o lugar de presidente da Mota Engil, acabei de ser notificado de um processo de assédio sexual, os ursos panda correm sérios riscos de extinção, as alterações climáticas preocupam-me, tenho um agiota à perna por causa de dívidas de jogo, o euromilhões bateu ao lado, nunca mais prendem o Pinto da Costa. E ainda faltam 17.763 capítulos!
E ainda não é desta que ficam a saber quem são os operacionais da Killing Quickly, Inc. em Linda-a-Velha City.
TO BE CONTINUED…

domingo, 27 de abril de 2008

Duffy - "Mercy"

Esta é porque há certas Bimbas que gostam. E porque é moderno. E porque eu também gosto, pronto!

sábado, 26 de abril de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" CAPÍTULO 8

CAPÍTULO 8
CHEIRA A MERDA E TRESANDA A OPIUM

“Ser acompanhante de luxo não é ser prostituta e o que eu pretendia era perceber essa diferença”
Núria Madruga

Os seguintes acontecimentos ocorrem entre as 15.30 e as 16:30, de 25 de Abril de 2008.
No capítulo anterior, Paul Hitdogs decidiu aproveitar o telefonema que John Verygood teve de atender para uma rápida mijinha. Desligado o telefone por um, necessidade fisiológica satisfeita pelo outro, voltemos à vaca fria.
- Cheira a merda c… - protesta Verygood, aspergindo-se demoradamente com Opium pour homme de Yves Saint Laurent.
- Agora é que disseste uma grande verdade, pá – comenta Hitdog – estou cheio de merda dos pés até aos tomates!
- Um novo tratamento para a pele?
- Vai mas é gozar com o c… pá! Ninguém me explica como é que se descarrega a porra do autoclismo! (telefona ao “Bolinhas” c…). Os cagalhões já transbordaram para o meu secretariado, há clips e post-its a boiar na merda e o pessoal tem que trabalhar de escafandro.
- Este c… deste edifício está a abarrotar de modernices. Olha, faz como eu, que cago em casa! – desvaloriza Verygood, que faz tenção de retomar a conversa interrompida.
- Oh Paul, dizias tu que esses panamenses são mais loucos do que os árabes…
- E muito mais matreiros, pá. Viste “Os Sopranos”? Multiplica por 33,75…
- F…-se, c…, filhos da p…
- E os nossos agentes locais estão com alguma dificuldade em dar conta do recado, pá.
- Quem são, quem são?
- Olha pá, pusemos um à frente da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica…
- O quê, a ASAE? F…-se. Bem catitas esses fulanos. Demos formação a alguns… São bons para a cacetada! E fundamentalistas, como eu gosto. Com excepção dos islâmicos. Esses não aprecio por aí além.
- Mas resultados práticos, népia, pá! Fecharam meia dúzia de tascas, apreenderam umas toneladas de peixe, deram umas bofetadas nos vendedores ambulantes. Pouco, muito pouco, se tivermos em conta o objectivo.
- Que objectivo era esse, c…?
- Matar os panamenses à fome! Já viste, pá, a ASAE apreendia a totalidade do stock alimentar dos tipos, fechava todos os restaurantes e estabelecimentos afins. E até acabava com as colheres de pau. E estava no papo!
- Mas temos mais agentes no local, f…-se!
- Temos mais um à frente da Direcção Geral de Saúde. Um bacano, embora improdutivo… pá.
- Improdutivo? Despede-se c…!
- Não dá, pá, o tipo é funcionário público! Experimenta despedir um funcionário público no Panamá…
- E qual era a missão deste nosso colaborador, f…-se?
- Proibir o consumo de tabaco, pá.
- Para eliminar os combativos panamenses será preciso um pouco mais do que isso, não, c…?
- A estratégia era brilhante, ou não tivesse sido desenhada pelo nosso Departamento de Eliminações Colectivas, pá. A primeira parte do plano foi atingida. Proibimos os presos de fumar nas prisões, acrescentámos à coisa a troca de seringas, dinamizando o consumo de drogas duras.
- E a segunda fase, c…?
- A segunda fase do plano também foi concluída com êxito, pá. O nosso agente conseguiu proibir o consumo de tabaco quase em todo o lado…
(Só para os f… informo que já aviei dois maços até este ponto do capítulo. E não estou a fumar ao ar livre…).
- Então a coisa está a correr bem, f…-se!
- Aqui é que a porca torce o rabo, pá. A terceira fase previa que, enlouquecidos pela carência de nicotina, os gajos começassem todos à porrada, a assaltar bancos e velhinhas, a praticar outros furtos qualificados e homicídios em massa, e por aí fora, num crescendo de actividade criminal que os colocava a todos na prisa.
- Ganda plano, c…!
- Claro que sim, pá. E depois de estarem na cadeia, juntávamos no kit de troca de seringas umas doses valentes de heroína. E os gajos, mais dia menos dia, marchavam.
- Fogo (perdão: f…-se)!
- Mas há um problema, pá! Poucos foram parar ao xelindró. A maioria resistiu e resignou-se a ir fumar para a rua. E como os panamenses são duros, não se registou uma simples gripe, uma vaga constipação, nem sequer um resfriado.
- Isso também já é muito azar, c… Então estamos fritos?
- Ainda não, pá. Temos mais dois agentes infiltrados. Vamos a ver o que isso dá. Porque o plano é muito mais abrangente.
- Ora essa, f…-se! Conta lá.
- O terceiro agente. Uma agente, mais precisamente, pá, foi colocada como ministra da Educação. Tem sido duro, mas o plano segue em frente. Destruindo o pilar da sociedade, estou convencido de que todo o sistema entra em ruptura. Suicídios em massa, etc.
- Isso é bom c… Destruição, ruptura, suicídios. Adoro isso.
- Mas o inimigo estava atento e fez avançar para a capital um exército de 100 mil bandidos, na maioria mercenários contratados por um nosso concorrente, pá.
- Concorrência desleal f…-se. Estou farto desses cabrões!
- Deixei o grande busílis para o fim, pá.
- Não sei o que é um busílis, c… Mas avança!
- Como te expliquei antes, pá, a derrocada do pilar da sociedade conduziria a uma vaga enorme de suicídios.
- Fixe f…-se. Mas há suicidas mais resistentes, que vão parar aos hospitais…
- Era aí que entrava o nosso quarto agente, que conseguimos nomear como ministro da Saúde, pá.
- Dois ministros, c…?! O contrato com os espanhóis deve ser milionário? E inclui caramelos?
- Não é mau, pá. E não envolve pagamentos em espécie.
- Então e o gajo f…-se?
- Nem imaginas, pá, a estratégia que o tipo engendrou, para impedir o acesso dos panamenses à assistência médica e hospitalar. Aquilo é que foi bestial. Hospitais, centros de saúde, tudo a fechar as portas.
- Isso é música de elevador para os meus ouvidos, c…!
- Infelizmente, pá, o gajo foi remodelado e está a ser difícil abordar a nova ministra. Mas vamos conseguir!
- Gosto de colaboradores optimistas, f…-se! Vai um shot de James Martin’s 30 anos?
TO BE CONTINUED…

Snoop Dogg - "Beautiful"

Para quem tem saudades do Brasil, mesmo aqueles que nunca lá foram...

"CRIME EM LINDA-AVELHA CITY" - CAPÍTULO 7

CAPÍTULO 7
OPERAÇÃO BADAJOZ

“Já fiz amor com muitas mulheres. Nenhuma se queixou.”
Angelina Jolie

Continuamos na sede da Killing Quickly, Inc. Os seguintes acontecimentos ocorrem entre as 14.30 e as 15:30, de 25 de Abril de 2008.
Algures acima do 229,7º piso. Um salão imenso. 400 m2. Vidraças ainda mais imensas. 500 m2. Voltadas a sul. E a oeste. Uma perturbadora secretária. 20x10 metros. Tampo em vidro. Marinha Grande. Suportada por quatro colunas jónicas. Com capitéis ornamentados. E duas volutas. Candeeiro de secretária. Enzo Ferrari. Um assombroso sofá. Creme. 40 metros. Philippe Starck. Estantes. Do chão ao tecto. Numa parede. A oeste. Enciclopédia Britânica. Em quintuplicado. Para encher as prateleiras. Cascata. Noutra parede. A norte. Queda para lago. Fonte romana. No centro. Chão em mármore. Botticino. Som fixe. Bang&Olufsen. Pé direito. Quatro metros. Tecto. Raina da Jordânia. É boa a gaja! Desnuda. A fumar um Cohiba Lanceros.
Após esta demonstração de como é possível descrever um determinado cenário num único parágrafo com períodos telegráficos e detalhes completamente acessórios e que não acrescentam qualquer mais-valia com excepção da Raina ao enredo do magnífico thriller que o leitor está a ler com satisfação integral e que pergunta mas afinal quando é que entramos nos meandros do crime prometido pelo autor que me parece ser um energúmeno sem qualificação acima de qualquer ponto localizado na cota zero vamos então dar início a um diálogo cheio de intensidade dramática.
(Podem tirar alguma pontuação do 1º parágrafo, elaborado no estilo “vejam como sou um escritor da nova geração”, e transferirem-na para este último, baseado no estilo Saramago “vejam como eu sou o melhor escritor do mundo, muito melhor que o António Lobo Antunes”. Acaba por ser uma actividade mais construtiva e didáctica do que andarem por aí armados em dealers a passar droga).
Como não podia deixar de ser, considerando a, muito sintética, descrição do cenário, estamos no gabinete do chairman, John Verygood.
Sentado à secretária, Verygood foca os olhos no horizonte longínquo, através da vastíssima vidraça. Não fosse a ligeira névoa que começa a surgir, seria capaz de ler os nomes dos super-petroleiros que circulam, a muitas milhas de distância, no Golfo do México.
Vejam só a altura do edifício… os olhos de falcão do gajo… e a qualidade de serviço da empresa que limpa as janelas…
Segurando as 11,86 gramas de um havano Cohiba Siglo V, calibre 43, 170x17,07 milímetros, Verygood parece apreensivo.
Peter Hitdogs, o director de Operações Exteriores, encontra-se do outro lado da secretária. Tão grande, tão grande, que são obrigados a dialogar via telemóvel bluetooth.
Aliás, Hitdogs restringe a comunicação por telemóvel ao interior da sede da Killing Quickly, Inc.
As incontáveis suspeitas de corrupção, acumuladas na sua actividade anterior, como senador do Arkansas, nunca foram provadas.
Mas as acusações pendem sobre a sua cabeça, como uma espada de Dâmocles. E sabe que está sob permanente escuta.
Como costuma dizer aos amigos, sorrindo maliciosamente:
- Sempre que dou um peido, aparece-me um gajo do FBI com um rolo de papel higiénico na mão!
Verygood não tem Hitdogs na sua linha de visão, optando por mantê-la na do horizonte, onde aprecia a azáfama do Superman a evitar a colisão de um meteorito com o planeta Terra, mas inquire:
- Diz-me lá, Paul, como estão a correr os nossos contratos no exterior? Parece que estamos com alguns problemas…
- De certa maneira sim, pá.
- De certa maneira? Desenvolve lá essa merda!
- Temos um caso bicudo para resolver no Panamá… pá.
- F…-se. Não me digas que há mau tempo no Canal?! Outra vez aquele c… do Vitorino Nemésio a meter-se onde não é chamado! Não tínhamos dado cabo do tipo?
- Não pá, tem a ver com o contrato que assinámos com os espanhóis. A “Operação Badajoz”.
- Com os espanhóis? O que é que esses gajos têm a ver com o Panamá?
- John, John, pá, os gajos são vizinhos. Uma consultazinha, esporádica, ao atlas mundial dava-te jeito!
- Bom, está bem, não é preciso. O c… do atlas está lá no fundo da sala, já fiz o meu jogging diário e as tuas informações sempre se confirmaram fiáveis…
- O que acontece, pá, é que os espanhóis têm algumas regiões sem vista para o mar, o que tem gerado algumas situações constrangedoras para o governo central…
- Explica lá isso direitinho, f…-se.
- Também não sou grande especialista em questões geoestratégicas, pá. E sabes que os europeus têm umas manias do c… Parece que duas regiões, até há pouco muito tranquilas, estão a ameaçar criar uma tensão independentista se o governo não as puser sobranceiras ao Atlântico. E já, pá! Dizem que a Galiza está a ser privilegiada.
- E esse tal de Atlântico não é subornável?
- É um oceano, pá! Mas posso pedir ao nosso Departamento Estratégico que faça uma avaliação da situação e das condições em que poderíamos avançar para uma aproximação, pá.
- Mata-se o gajo, c…
- John, my buddy (desculpem, leia-se pá). É água como daqui ao Burundi!
- Cá para mim, prefiro James Martin’s 30 anos – avisa Verygood, enquanto despeja dois dedos do dito num balão de cristal, com 40 centímetros de diâmetro.
- O contrato que fizemos com os caramelos dos espanhóis implicava que, num prazo de cinco anos, púnhamos os caramelos dos espanhóis com vista para o mar… pá.
- Porquê essa insistência nos caramelos dos espanhóis? Não estarás, por sinal, a gozar com a minha dependência de caramelos?
- Por acaso não, pá. Mas devias provar os de Badajoz. São uma delícia, pá. O único contra é que se agarram aos dentes, pá.
- OK. Tenho de os provar um destes dias. Afinal porque é que estamos com problemas?
- É que entre essas regiões espanholas, com os nomes estranhíssimos de Castilla y León e Extremadura, e o tal Atântico há um país aterrador, cheio de tipos danados para a porrada, o Panamá, pá. Aquilo começou com o gajo que foi o primeiro presidente, um tal Afonso Henriques, a espadeirar com a mãe. Foi então que o gajo experimentou LSD e se passou dos carretos, vindo por ali abaixo todo psicadélico à mocada aos índios, pá.
(os americanos sempre foram muito dados à história e à geografia…)
- São durões, esses c…
- Até puseram um na presidência da Comissão Europeia, vê lá tudo a pinta dos meninos, pá.
- Perigosos, quer-me parecer. Assim um meio-termo entre as empadas da minha mulher e o chili tex-mex do autor desta merda…
- Muito pior, pá. Os malandros tiveram a ousadia de invadir a nossa embaixada na capital do Panamá, na sequência de uma revolução que para lá aconteceu há 34 anos.
- Árabes, está-se a ver…
- Não pá, são muito mais loucos!
Toca o telefone e o vivo diálogo é interrompido. Paul Hitdogs aproveita para ir à casa-de-banho.
TO BE CONTINUED…

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Chico Buarque - "Tanto Mar"

Fica bem, no dia 25 de Abril.

25 Abril: o durante e o depois

Acorda Povo!
(Onde é que estavas no 25 de Abril?)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 6

CAPÍTULO 6
NOS MEANDROS DO NEGÓCIO DO CRIME

"Não sei se pense, não sei se diga, não sei se fale!"
José Castelo Branco

Prepare-se, leitor, aperte o cinto, desligue os equipamentos electrónicos e faça exercícios de relaxamento. Vai entrar, pela primeira vez, nos meandros do crime “à séria”.
Este capítulo só é aconselhável a pessoas que revelem comportamentos desviantes, emblemáticos da malta mais ou menos relacionada com Linda-a-Velha City.
Sede da Killing Quickly, Inc., Dallas, Texas, USA.
Uma imensa torre de vidro e aço, que se ergue, imponente, na direcção do céu azul, ou, para sermos exactos, no sentido da estratosfera, o mais recente território ocupado pelo exército, tornando-se no 51º Estado norte-americano.
Porquê a estratosfera e não a troposfera ou a mesosfera? Perguntará, certamente, o leitor.
Por razões mais do que evidentes.
A troposfera voa muito baixinho. A mesosfera porque é quase tão gelada como a Jodie Foster, entalada contra a parede por um bando de marmanjos de Linda-a-Velha City.
Já a estratosfera é um território muito mais interessante.
Por um lado, é gira, pois ali é gerado o azul do céu; por outro lado, porque é onde voam os aviões a jacto, que, como sabemos, foram utilizados no nine eleven para derrubar as Twin Towers.
Os americanos não brincam no combate ao terrorismo!
Nenhum ser vivo alheio à actividade da Killing Quickly conseguiu, até hoje, vislumbrar o topo do edifício. Para algumas fontes, ele acaba no 250º andar, para outras é ligeiramente menor.
Esta é uma forte probabilidade, já que uma recente sondagem da Marktest, feita na Commerce Street, em Dallas, Texas, onde se agiganta o imóvel, aponta para uma média de 229,7 pisos.
Mais um enigma do Universo, a que os vindouros, dotados de mais avançadas tecnologias poderão, quem sabe, vir a responder.
A questão também não se apresenta pacífica para os milhares de funcionários da corporação. Alguém terá mesmo lançado uma aposta – faz tanto tempo que ninguém conhece o dinamizador – sobre o número de andares da torre.
Como é óbvio, desconhecendo-se a resposta, nunca foi encontrado o vencedor da aposta. Convenhamos que esta conclusão não está ao alcance de qualquer mortal!
Há até quem afirme que este é apenas mais um mito envolvendo o obscuro grupo empresarial, a par daquele que está no top da mitologia da corporação: como raio é que se descarrega o autoclismo?
Um complexo sistema de controlo de acessos limita a circulação dos “killings” (é por este singelo e carinhoso apelido que são conhecidos os colaboradores da empresa).
Só um cartão personalizado, com um minúsculo chip, permite a circulação. Na corporação, os cartões com banda magnética ou os sistemas de rádio-frequência são tecnologias obsoletas.
Os “killings” mais básicos (os “trash-killings”) estão restringidos a um único piso, àquele em que trabalham. E, neste universo, não se conhece um único com posto acima do 60º andar.
Um grupo mais abrangente de “killings” (os “mass-killings”) goza de uma liberdade de circulação mais alargada, podendo movimentar-se num máximo de três pisos. Sublinhe-se que só é possível encontrá-los até ao 150º piso.
Daí para cima, limitados, porém, ao 200º piso, os colaboradores têm outro estatuto e são conhecidos por “top-killings”.
Acima do 200º andar, entramos num mundo ainda mais inóspito, nunca explorado, nem sequer pelos investigadores de maior gabarito do Canal Odisseia.
Esta é a zona mais ignota do planeta. Aqui, os colaboradores deixam de ser apelidados de “killings”. Chamam-lhes, com enigmático respeito, “os gajos lá de cima”.
Uns quantos “killings” tentaram já infiltrar-se em zonas proibidas. Nenhum teve a sagacidade necessária para cumprir o objectivo. E todos, sem excepção, desapareceram misteriosamente.
Segreda-se que, algures, “lá para cima”, haverá uma câmara criogénica, onde os invasores e demais prevaricadores são mergulhados num líquido magenta, com sabor a baunilha e aroma James Martin’s 30 anos. E ali ficam congelados para – dizem – futuras experiências genéticas.
Engana-se quem acha possível iludir o sistema de vigilância electrónica da Killing Quickly, Inc.
Desde logo, a localização das câmaras é desconhecida.
Dotadas de sistemas de raios-x de vanguarda, foram introduzidas no interior das paredes no momento da construção e os operários que as implantaram foram, posteriormente, eliminados enquanto jantavam com as famílias.
Ainda se discutiu se deveriam ser eliminados previamente, para um ainda maior secretismo, mas concluiu-se que isso iria prejudicar o serviço.
Acresce que o controlo é assegurado numa sala com as aplicações tecnologicamente mais evoluídas no campo dos datacenter, que controlam remotamente toda a actividade do edifício, sendo capazes de detectar – isto está provado – o movimento de uma simples larva de uma mosca da fruta. E até o da resolução de processos nos tribunais do Panamá.
E a localização da sala de controlo é secreta.
Os de “cá de baixo” e, provavelmente, os de “lá de cima” murmuram que nem os tipos da segurança a conhecem, admitindo, à boca fechada, que deve ser tudo controlado por seres biónicos, que não precisam de comer, nem de tomar banho.
Um inovador sistema eléctrico comanda, sem necessidade de intervenção humana e de manutenção, todos os equipamentos do edifício. Desde os elevadores à mais elaborada máquina de café, passando pela eficiente descarga dos autoclismos, parque informático e máquinas dispensadoras de preservativos.
Ou não tivesse ele sido desenhado por um reputado especialista de Linda-a-Velha City, nome de código: Bolinhas. Que a Killing Quickly, Inc. contratou, a troco de garantir um ponta-de-lança, por duas épocas e meia, aos “Belenenses”.
No largo terraço, no topo do edifício, afiança-se que há três heliportos e para cima de 28 gigantescas parabólicas. E até uma máquina para viajar no tempo.
Algumas pessoas, mais aficionadas do género Isaac Asimov, referem a existência complementar de uma estrutura preparada para receber naves extra-terrestres, que já terá sido utilizada bastas vezes.
Esta malta tem uma imaginação pouco fértil. É assim como as asas da galinha. Permitem-lhe correr, mas não levantar voo…
E já só faltam 17.966 capítulos. A paciência é uma grande virtude!
TO BE CONTINUED…

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Frank Zappa - "Bobby Brown"

Pronto, cá está o "Bobby Brown" mas desta vez com outro protagonista e uma montagem feita "à medida".

A letra acenta como uma "luva". Hilariante!

Frank Zappa - Don´t Eat The Yellow Snow

... e agora, um GÉNIO! Que infelizmente já se foi... mas ficou a sua extensa obra.

Andava à procura do "Bobby Brown" e encontrei este teledisco fantástico (que não conhecia) , com uma das minhas músicas favoritas do grande ZAPPA.

Vejam, vale a pena e ... cuidado com a neve amarela!!!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Led Zeppelin - Stairway To Heaven

A melhor musica dos "maiores" o que dá?

A melhor canção de sempre (ou, pelo menos, uma das melhores)

Esta sim, é da minha infancia. E também do presente.

Radiohead - "Creep"

Agora deixemos-nos de "Informáticas" e passemos à música "pura e dura".

Aqui estão os Radiohead com uma das melhores canções de sempre, na minha modesta opinião.

I'm a creep...

NEY MATOGROSSO - Homem Com H

Alô mulheril, esta é para vocês! E sem contra-argumentação macho-latina pois eu sei que ELES também gostam. É o que dá ser inteiramente versátil!

Mariah Carey - Touch My Body

Uma música da minha juventude (actual) e que tem tudo a ver com a Informática.

Espero que gostem (pelo menos os homens de LA Velha) e que se manifestem - mas com moderação, claro, que isto é um blog respeitável!

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 5

VAMOS LÁ A ISTO, QUE AINDA FALTAM MUITOS CAPÍTULOS.


CAPÍTULO 5
UMA CORPORAÇÃO OBSCURA CHAMA KILLING QUICKLY, INC.

“A monogamia entedia-me loucamente.
Sou monógama de tempos a tempos, mas prefiro a poligamia”
Carla Bruni

A Killing Quickly, Inc. é uma corporação transnacional, que estende a sua tentacular rede de negócios a qualquer ponto do mundo onde seja apreciado o respeito irrepreensível pelas boas práticas empresariais e um rígido código de conduta.
É que, mesmo no sector dos assassínios por contrato, há regras que só empresas qualificadas e responsáveis, certificadas pelos organismos competentes, podem garantir.
É este, claramente, o caso da Killing Quickly, Inc. Não só tem toda a sua situação irregularizada perante o Fisco, como procede aos descontos para a segurança social com apenas alguns anos de atraso.
Muito recentemente e com toda a legitimidade, o seu chairman acusou o Governo norte-americano de estabelecer prazos de pagamento demasiado rígidos, em entrevista concedida ao The Very New Washington Post, que a corporação nega ser sua propriedade.
“O Governo bloqueia o desenvolvimento das empresas e isso gera um clima de depressão, que condiciona o consumo. A obrigatoriedade de pagar os impostos e as contribuições sociais oneram a já fraca estrutura contabilística das empresas.”, disse.
“O mercado dos assassínios por encomenda é o mais prejudicado neste cenário. Obviamente, entre manter o caviar Beluga e o champanhe Dom Pérignon no cabaz de compras ou encomendar um homicídio, qualquer magnata ou ditador responsável, com família para sustentar, opta pela primeira hipótese. E se, durante algum tempo, esta quebra ainda era compensada pelo crescimento do segmento “golpes de Estado”, também aqui se regista uma forte retracção. O mercado de África e da América Latina atingiu quebras históricas”, acrescentou.
“Este factor conduz à incapacidade de suportar os salários dos trabalhadores. E até os prémios de gestão atribuídos aos administradores têm, necessariamente, de ser pagos por baixo da mesa, com recurso a hábeis técnicos de contas, que praticam honorários escandalosos. A malta não aguenta, o FCP caminha para o penta e a morte está a ficar muito lenta”, concluiu o chairman.
Será esta a verdadeira história?
Fontes anónimas, subornadas pelo autor, afirmam que as declarações do chairman pretendem espalhar uma cortina de fumo sobre as verdadeiras intenções da corporação.
Na realidade – disse a tal fonte – “eles estão é altamente preocupados por não conseguirem satisfazer os compromissos de beneficência que os estatutos exigem, papel que a actuação do Governo vem prejudicando, e já têm os accionistas à perna.”
Expliquemos melhor!
O volume de negócios da Killing Quickly, Inc. ascende anualmente a 1.000 milhões de dólares, embora o seu nome não apareça na listagem das melhores empresas.
Visando este objectivo, procede a elaboradas e transcendentes manobras de engenharia financeira, que lhe permitem apresentar resultados líquidos negativos durante exercícios consecutivos.
Apenas porque faz questão de ser discreta.
O seu Conselho de Administração está consciente de que alardear lucros é socialmente mal percepcionado.
No âmbito das medidas de responsabilidade social que, há alguns anos, elegeu como prioridades da sua política, age activamente na recuperação dos toxicodependentes e no combate ao flagelo dos sem abrigo.
Já para não referir o sistemático envio gratuito de medicamentos, fora de prazo, para todos os palcos de guerra.
Como referiu, na última edição, o The Very New Washington Post, em notícia intitulada “Killing Quickly mantém apoio aos desfavorecidos”, a corporação investe anualmente qualquer coisa como 0,45% dos seus lucros neste tipo de actividades de suporte aos mais pobres, idosos e doentes.
Lamentavelmente, uma conjuntura económica internacional adversa tem impedido a empresa de apresentar lucros ao longo de toda a última década.
Logicamente, se em lugar de dar lucro, apresenta prejuízos, a corporação vê-se obrigada a cobrar os tais 0,45% aos marginalizados pela sociedade.
Muitas vezes pela via da força. E sem qualquer apoio governamental! Como salientou recentemente, com o rigor a que nos acostumou, o The Very New Washington Post.
Um cenário que obriga, todos os meses, os altos dirigentes da Killing Quickly, Inc. a fazer um retiro numa estância asiática, para uma catarse colectiva, com custos que agravam ainda mais o seu défice de tesouraria, para o qual muito contribui igualmente a alta do preço do petróleo.
Manter os seus jactos privados no ar torna-se cada vez mais oneroso. A factura do jet fuel já ultrapassa a conta dos gastos com subornos e idênticas ajudas humanitárias.
Confirma-se, assim, que a subida vertiginosa do preço do barril de petróleo tem fortes e nefastas consequências no combate à toxicodependência e à melhoria das condições de vida de importantes franjas da sociedade, como, por exemplo, os sem abrigo, os órfãos, as criancinhas flageladas pela guerra e os escritores de blogothrillers.
E de quem é a culpa? Da OPEP, pois claro! Escreveu, em editorial, o director do importante jornal de referência já refenciado atrás (gosto mesmo de pleonasmos, caramba!).
Apesar dos constrangimentos orçamentais, a Killing Quickly, Inc. persiste, contra tudo e contra todos, na senda dos investimentos que permitam melhorar os seus activos, contribuindo também para a recuperação da economia norte-americana.
Como é exemplo a recente compra de mais dois jactos para a sua frota privativa, um presidente latino-americano e um contentor com obras de arte “emprestadas” pelos judeus aos nazis, na II Guerra Mundial, visando a criação de um museu do holocausto.
Museu que, numa medida de poupança, não exige quaisquer trabalhos de construção civil, pois, como refere o porta-voz da empresa, “os quadros ficam lindamente nas paredes da nossa sede.”
A corporação é presidida pelo honorável ex-juiz do Supremo Tribunal, John Verygood.
Os seus quadros são recrutados entre os advogados litigantes mais qualificados do país (como empresa socialmente responsável, não discrimina entre os de defesa e de acusação).
Mas também vão às compras ao estrangeiro. Ainda recentemente contrataram, por um valor não divulgado, um ilustre causídico de Linda-a-Velha City, a quem a corporação atribuiu um enigmático nome de código: Quincas.
A excelência destes quadros é atestada pelo facto de muitos dos ex-operacionais da CIA, KGB e Stasi, recrutados pela empresa, serem normalmente relegados para funções de back-office, em departamentos como o Financeiro ou de Aprovisionamentos. Alguns são até remetidos para tarefas menores, como estafetas.
Finalmente, quando já ninguém acreditava que isto daria um thriller, começamos a ver uma luzinha ao fundo do túnel. Esperem para ver… nos próximos 17.967 capítulos.
TO BE CONTINUED…

Bob Dylan - Oh Sister (1975)

Músicas das festas da nossa juventude

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Crominhos nº. 4


Sara, autora da sua própria pintura facial Nuno, porco capitalista

Obras primas do clã Montez Pestana

Posted by Picasa

Crominhos nº 3 - Parte 2

Pois que me esqueci dos comentários.
Apresento-vos a clan Bugalho. Em cima temos os gémeos João e Francisco (ou será o Francisco e o João) de 10 anos de idade e em baixo temos o Rodrigo, que na foto tinha 14, mas agora já tem 15.

Namoradas precisam-se, para eles ganharem outros motivos de interesse e deixarem de me f$$$##"" o juizo.

Crominhos nº 3



JANTAR NO GALITO EM 4 ABRIL 2008


Foto de grupo com o Henrique (do Galito). Falta o Tonisca, que bazou antes da foto ser tirada.

Crominho Nº 2



Então aqui vai o 2º crominho. O pai não aparece para não estragar a fotografia.

É o André Madeira Gonçalves de Jesus. Com um ano e depois com 15. Vejam como ele cresceu!

Cromo Nº 15



António Ride.

Cromo Nº 14



Fernando Bugalho.

domingo, 20 de abril de 2008

Crominho nº 1

Lanço aqui um novo desafio a todos nós: apreciarmos o futuro dos LA Velhenses, baseado na amostra da sua descendência ou seja, que cada um de nós coloque aqui as suas "obras primas", o melhor que produziu na sua vida: os nossos filhos.

Á imagem dos "Cromos" dos pais, vamos chamar-lhes os "Crominhos".

E o primeiro é com a MARIA GIRELLI MONTEZ.



Aqui está ela, com a idade actual ou seja, 5 anos .
Ficou bem feitinha, não é, mas foi preciso muito treino...




E aqui está o antes, dormindo descansadamente sem se preocupar com o perigo que corria, no braço do pai babado e inconsciente. Tinha 3 dias de vida.



Agora, venham de lá os vossos crominhos!






















sábado, 19 de abril de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 4
JC TEM UMA DESILUÇÃO DO CACETE

“Tudo o que o Chateaux (José Castelo Branco) sabe
fui eu que lho ensinei”
Lili Caneças

Recordam-se que, no capítulo anterior, JC saíra do stand, montado na sua Yamaha amarela? Ah é uma Kawasaki cinzenta? Pois seja!
JC acelera e faz o trajecto até à sua residência a uma média de 200 à hora. Quer chegar muito rápido.
Como ele não fez qualquer desvio, não parou para dar boleia às miúdas que assobiaram à sua passagem, nem sequer para limpar o resto do cocó que ainda resistia nas solas dos seus ténis Nike SB Dunk Mid Black Graphite, e mora a 100 metros do stand, demorou (deixem-me puxar da calculadora…) 1,8 segundos. Caramba! Se existisse alguém lá na rua com a alcunha de Speedy González, esse alguém só poderia ser JC.
O nosso herói sobe, um-a-um, os 15 degraus da escada que dá acesso à cozinha do primeiro andar do seu duplex.
O chão de linóleo, num rosa-choque de chocar (passe o pleonasmo), articula-se em todo o seu esplendor cromático com o papel de parede verde-alface, entrecortado, aqui e ali, por rostos do Mickey – desenhados a preceito por um ilustre perito informático, desenhador de mickeys nos tempos livres, natural de Linda-a-Velha City.
Also known as Slow Down.
Quando o traço dos mickeys sai ligeiramente tremido, este verdadeiro artista costuma justificar-se com as palavras de Siza Vieira: “Às vezes também se fazem bons desenhos com uns copos de uísque, a mão fica mais solta do que antes”.
Móveis IKEA, em que foram apostas figuras autocolantes do Livro da Selva, completam o trabalho de um desconhecido decorador, que o autor e, aposto, todos os milhões de leitores, querem continuar a ignorar.
JC abre o frigorífico e dele retira uma mini Sagres. Fecha o equipamento refrigerador e abre a gaveta do único armário da apertada divisão. Aquela gaveta onde normalmente se encontra uma série de gadgets que não servem para nada.
Revolve a gaveta, mas não encontra a peça desejada. Interroga-se sobre o seu paradeiro, mas, como sabemos, JC tem frequentes lapsos de memória.
Seguindo uma técnica lida recentemente, num livro anunciado como apresentando “os mais avançados métodos de incremento da capacidade mental e desenvolvimento da performance sexual” (agarrem uma calma, leitoras, porque ele ainda não chegou a esta última parte), coloca-se no centro da cozinha, fecha os olhos, inspira e expira 30 vezes. Por fim, as suas cordas vocais libertam um portentoso kiiiiaaaaiiii.
Após concluir esta operação, dirige-se ao microondas Whirlpool AMW 355.
Abre a porta do forno. Introduz a mão direita no interior, com estudada suavidade, e de lá retira um estranho dispositivo, que, em movimento ondulatório, coloca à altura dos seus órgãos visuais. Confirma que se trata do precioso abre-cápsulas.
Transporta-o para a bancada da cozinha. Envolve com a mão esquerda a pequena embalagem de cerveja, vulgo garrafa, dispõe o abre-cápsulas na tampa do recipiente e, com um movimento ascendente da mão direita, faz saltar a cápsula, vulgo carica.
JC senta-se na cadeira de vinil em tons frutos vermelhos (escolham entre morango, framboesa, amora, mirtilo, groselha, acerola, até parece a letra de uma canção do Rui Veloso).
Puxa, finalmente, da carteira de Manny. Varre com a mão algumas migalhas de pão de Mafra, dispersas na mesa de contraplacado em cinza escuro, matizado de lilás.
Começa por espalhar sobre a mesa os documentos extraídos da carteira.
Esfrega as mãos, com entusiasmo, e dá início ao inventário dos cartões.
- Sport Lisboa e Benfica… Hipermercados Continente… Passageiro Frequente da Air Maldivas… Associação de Amizade Ilhas Faroé-Burkina Fasso… Clube de fãs da Ana Malhoa… Associação de Floricultores de Oliveira do Bairro… Membro Permanente da Audiência das Tardes da Júlia Pinheiro… Clube dos Coleccionadores Dos Processos Judiciais Em Curso Há Mais De Cinco Anos E Que Não Há Meio De Chegarem Ao Fim…
E ainda mais uma meia dúzia de documentos de igual utilidade.
Depois de analisar a vasta documentação, JC estremece e quase cai da cadeira.
- Porra! Tudo fora de prazo! Mas, espera lá, também aqui está um preservativo! Ena, ena, “Preventor sabor a Champanhe”, a minha marca favorita. As miúdas adoram as bolhinhas gasosas (além de protuberâncias no estado sólido). Mas às vezes fico realmente chateado. Sobretudo quando elas não estão habituadas a beber.
Temos que dar razão a JC. Alguém gosta que lhe vomitem na cama, principalmente naqueles ápices em que assim como quem diz à beira de atingir coisa e tal aquilo que vocês sabem e se não sabem eu digo que é um orgasmo?
- Fora de prazo! Grande porra! – Protesta JC.
Ele estava a falar de miúdas, mas agora refere-se ao preservativo, claro.
As miúdas têm normalmente um prazo de validade muito grande, como o mel ou as sardinhas em lata.
E não contêm corantes, aromatizantes, conservantes, estabilizantes, emulsionantes, edulcorantes, anti-oxidantes e intensificadores de sabor.
Na verdade, nem todas! Algumas convivem excessivamente com cirurgiões plásticos, acumulando mamoplastias, lipoaspirações, liftings, próteses e implantes de silicone, rinoplastias, botoxes… mais ou menos como o sistema de pontos dos cartões das bombas de gasolina.
Como é que JC distingue as que estão dentro do prazo daquelas que estão cheias de aditivos?
- É fácil – costuma ele explicar – as que contêm aditivos têm na testa a letra E, seguida de um número. Basta andar com uma cábula no bolso. Por exemplo, as que têm entre o E200 e o E297 contêm conservantes, entre E620 e E640 contêm intensificadores de sabor. Fácil não é?
Após esta curta viagem de metropolitano (ah não foi? Foi de táxi? Desculpem lá, queridos leitores, mas cada um senta-se onde quer, OK) à vida íntima de JC, vamos agora encontrá-lo, furibundo, no momento em que atira com a carteira de Manny para cima da mesa.
Nesse instante, salta de lá mais um cartão, que colide numa embalagem de manteiga de marca branca, já algo rançosa e em estado líquido, que desliza para o colo de JC.
- F…-se! Grita exasperado, levantando-se para despir as 501.
Ao regressar à mesa, agora em cuecas salpicadas de angelinas jolies com criancinhas do darfur ao colo, desperta-lhe a atenção o logótipo em estrela e a designação Killing Quickly, Inc., bem visível no fundo azul do cartão.
A ausência de fotografia e a presença de um minúsculo chip são características que tornam este cartão muito diferente dos restantes. Igualmente nítido o nome do seu detentor.
- John Clone? Mas quem é este fulano? – pergunta-se JC – E o que faz este cartão na carteira do Manny? E as galinhas comem alpista? E a Angelina Jolie vai adoptar mais uma criancinha? E o Sócrates remodela a ministra da Educação? Ele há cada mistério…
Perdido nos meandros destas interrogações, embrenhado na resposta a estas importantes questões, só alguns minutos depois JC recorda que ainda não investigou o compartimento das notas.
- Venham de lá as notas, suas maganas – grita JC numa explosão de alegria.
Mas tal sentimento foi de curta duração.
O lugar das desejadas notas de 500 euros estava preenchido por bilhetes, já utilizados, para o jogo de voleibol de praia Costa do Marfim – Ilhas Maurícias.
E, assim, a esperança morre na praia.
JC remete-se ao silêncio. Um silêncio aterrador. Como se o tecto da Capela Sixtina lhe tivesse caído em cima da cornadura e acordasse na cama do hospital, com o Papa sentado ao lado a dar-lhe a extrema-unção.
E recorre ao seu livro de cabeceira “A Arte da Guerra”, de Sun-Tzu, para um derradeiro pensamento, que verbaliza:
- “Um exército vitorioso obtém vantagem antes de ter procurado a batalha; um exército votado à derrota combate na esperança de ganhar”.
Não foi bem desta forma que JC se expressou. Na realidade, ele afirmou:
- O c… do Manny f…-me. Filho da p… da merda. Lá se foi a minha Kawasaki para o c… #%&)/?!!&% que os f… a todos esses c… $#%&%$!
O que é que querem que vos diga? Afeiçoei-me ao gajo! E garanto-vos que, antes do final do thriller, farei dele físico nuclear.
Alerta: não tentem encontrar Killing Quickly, Inc. no supermercado. Não é uma bebida, é uma corporação obscura dedicada ao crime. Não confundir com o concentrado de sumo SunQuick, que não presta, não sabe a fruta, mas não mata. O autor não se responsabiliza por eventuais danos físicos se os leitores consumirem Killing Quickly, Inc., ainda que em quantidades insignificantes.
TO BE CONTINUED…

Executivos Linda-a-Velhenses


Enfim,


Os executivos na festa de aniversário da Teresa Quelhas

Travestis Linda-a-Velhenses


Que figuras tristes. Nem ponho legenda. Cada um que identifique e poupem-me os comentários SFF.

Mais Linda-a-Velhenses


Aqui vai mais uma foto de pessoal de Linda-a-Velha.

Em baixo, da esquerda para a direita: Toni Abreu, Néné (Fernando Ferreira Pinto), Teresa Quelhas, F. Bugalho, Sardinha.

Em cima pela mesma ordem, o 1º não sei, depois o Tó Ride às costas do Jacinto e o ultimo também não me lembro do nome.
Foi tirada no inicio dos 80's, no aniversário da Teresa Quelhas

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Cromo Nº 13



O Zé Vasconcelos. Antes (a fingir que é aluno aplicado) e depois.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Gangster



O verdadeiro Gangster, dos anos 80,Fanan Grande, com a sua viatura Sinca 1000 GLS, mais conhecido como o"Bando Formigueiro".

Cromos


Autódromo do Estoril, anos 80, talves a F1.

Alguns cromos


Tirada em L-A-V, como podem ver estão alguns "bons" cromos.

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 3

Nota prévia: Umas pitadas de sexo e alguns tiros só poderão ser apreciados depois do Capítulo 10, quando as criancinhas já estiverem a dormir. No presente capítulo, continuamos a enquadrar a vida de JC. Nem imaginam aquilo que ele um dia ainda vai fazer pela sobrevivência do Panamá e até do planeta...


CAPÍTULO 3
O SONHO COMANDA A VIDA…
ONDE É QUE ESTÁ O COMANDO, PARA JC FAZER ZAPPING?

“Não me vejo a aumentar o peito. Eventualmente, reduzi-lo…
Gostava de arrumar isto de outra maneira”
Júlia Pinheiro

Após o “flashback” à infância de JC, usado para explicar a desconformidade de alguns dos seus comportamentos futuros, voltemos agora ao tempo real.
JC guardou a carteira conquistada a Manny no bolso das 501. Resistindo, assim, ao frenético desejo de verificar o seu conteúdo, adiando o momento da verdade, pura e dura, em que passaria à contagem das notas.
- Pela pinta do gajo, autor consagrado e coisa e tal, a carteira deve estar recheada de notas de 500 euros – murmura JC, enquanto se encaminha para o T0 duplex, quarto em baixo e cozinha em cima.
(Opção arquitectónica discutível no mundo real, embora aceitável no mundo da ficção, não acham?).
JC nunca foi tipo de sonhar alto. Talvez porque tem o quarto no rés-do-chão e o pé direito da assoalhada é diminuto.
Leu recentemente que “nada é real, a não ser o sonho e o amor”. Contudo, homem de convicções fortes e opções rectilíneas, JC sempre privilegiou o amor em detrimento do sonho.
- Afinal, o amor já dá uma trabalheira do cacete, porquê gastar energia a sonhar?! – Defende, nos momentos dedicados à imersão filosófica, que costuma praticar nas conversas de café.
A dois quarteirões de distância do T0 duplex, um magnífico stand de automóveis e demais veículos motorizados merece a atenção dos transeuntes.
Os bólides em exposição, brilhantemente polidos, sempre foram motivo de admiração de JC.
Costuma ficar parado, durante incessantes horas, fixado nas belas máquinas e imaginando o dia em que terá capacidade financeira para adquirir o objecto dos seus sonhos (afinal, o gajo sonha, incongruências do autor…): uma Kawasaki Cruiser VN900 Classic.
Na verdade, o que JC desejava mesmo era ser proprietário de um stand destes, tão bem posicionado geograficamente e, certamente, gerador de lucros avultados.
Sempre ambicionou poder vestir um fato completo, dar o nó à gravata azul-bebé, e sair para o mundo num engenho topo de gama, como vê habitualmente fazer os Vasconcelos Brothers e os seus clientes, pormenores reveladores do sucesso do stand automóvel, mesmo ali, à beira da sua residência.
Desanimado com a vida, que ainda não lhe trouxe qualquer desafogo económico, JC abandona a custo a visão mirífica dos bólides e encaminha-se para o café.
- Já viram os gajos do stand aqui do lado? Assim também eu tinha paletes de gajas à minha volta! – Pronuncia JC, à frente de um croquete e uma imperial.
- Pois é, pá, mas como dizia o Balzac, “por detrás de cada grande fortuna há um crime” e tu, assim pobrezinho, nunca terás a bófia a bater-te à porta! – Responde o Gervásio, 27 anos, sem ocupação conhecida.
Não tardou que o Artur, 48 anos, reformado por invalidez, se juntasse à discussão:
- Já Schopenhauer avisava que “a riqueza influencia como a água: quanto mais bebemos, mais sede temos”.
Faz-se interminável silêncio no café, com toda a clientela a reflectir sobre as sábias palavras do Artur. Interlúdio interrompido, três longos segundos depois, pelo proprietário da baiuca, o Zeca, 63 anos:
- O que vocês têm é inveja. Aquele rapaz que foi ministro, o Portas, é que vos tira a medida. Ainda me lembro dele ter dito que “um boato é um boato. E os panamenses são os panamenses. E os panamenses praticam a maledicência e a inveja como ninguém.”
- Bandido! – gritam em uníssono os membros do painel de discussão, ficando por descodificar se o termo era dirigido ao ex-ministro ou ao Zeca.
Extenuado por tão exigente discussão, JC despede-se com um quase inaudível:
- Hasta la vista baby (esta foi metida a martelo, mas ainda será usada qualquer dia num filme de acção que será sucesso de bilheteira..).
JC já tinha olvidado a carteira de Manny, devidamente resguardada no bolso das suas 501, mas aquela volta-lhe subitamente à memória.
Tão subitamente como a escorregadela num cagalhão canino depositado no passeio, levando o seu corpo a iniciar um impressionante voo, 50 centímetros acima do nível médio da água do mar, penetrando, em voo livre, no stand.
Ainda espojado no sempre bem envernizado piso que acolhe os bólides, JC vê a luz.
- Isto foi obra de Nosso Senhor Jesus Cristo! Isto foi o derradeiro sinal! Os santinhos sabem que a carteira do Manny está cheia de guito.
Levanta-se, dirige-se à recepção do stand e, logo ali, passa um cheque para pagar a primeira prestação da Kawasaki.
(Passámos por cima da negociação de compra e venda, que daria um belo momento literário, sobretudo porque os Vasconcelos Brothers não facilitaram, e fomos directos ao assunto, na medida em que o capítulo já vai longo e, como sabemos, JC não é grande peça como negociador).
Já montado na máquina Kawasaki, JC dá uma gargalhada e sai a toda a brida para a via pública.
- A massa do Manny deve dar, no mínimo, para pagar 10 prestações, talvez 15 – monologa JC.
É este facto que, na realidade, vai transformar JC num novo homem e abrir as portas para o desenrolar da acção nos próximos 17.969 capítulos de “Crime em Linda-a-Velha City”. Os dois primeiros capítulos tiveram o singular e exclusivo objectivo de testar a perseverança dos leitores.
E foi também o resultado de ontem do Sporting-Benfica que transformou a equipa da Luz numa nova equipa, tornando o clube da Luz num sério caso de polícia.
TO BE CONTINUED…

Rally de Portugal


Que belo dia, 1984, Lagoa Azul, Rally de Portugal.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cromo Nº 12



Manuela Portela, a.k.a. "Nelinha", a 2ª senhora gaja da galeria.

Cromo Nº 11



Para quem achava que os cromos só abrangiam os gajos...

A Paula Montez.

fotos de jerez



Estas são as fotos de Jerez que não foram censuradas pela ASAE(gajas)

Cromo Nº 10



Manuel Gonçalves de Jesus (quem pronunciar: "ah, é o vitela" lixa-se)


Ainda falta mais, Fds isto não é facil.

Cromo Nº 9



Manuel Rodrigues Fiúza.

Cromo Nº 8



Armando Carvalho, actualmente mais conhecido por "Herbas"

Cromo Nº 7



António Simões de Abreu, o "Toni"

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cromo Nº 6



José Carlos Rosa Angeja

Cromo Nº 5



Rui Jorge Elói Andrade, o "Bolinhas"


Cromo Nº 4



Joaquim Teixeira Rocha, mais conhecido por Quincas.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Cromo Nº 3



O António Oliveira, também conhecido por Tonisca.

Cromo Nº 2



O Rui Jorge Adrião Montez, mais conhecido por Slow Down. Antes e Depois.