sexta-feira, 30 de maio de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 24

Levem lá, debaixo do braço para o WC, mais um capítulo da novela. Bom fim-de-semana para todos!

CAPÍTULO 24
REBECCA E AS LÍNGUAS MORTAS

“Toda a minha boa leitura, posso afirmar, faço-a na casa de banho.
Há passagens do "Ulisses" que apenas podem ser lidas na casa de banho,

se quisermos extrair delas todo o aroma do seu conteúdo.”
Henry Miller

Sede da Killing Quickly, Inc. Dallas, Texas, USA. Peter Hitdogs entra disparado no gabinete do chaiman, John Verygood.
Este desvia a vista dos super-petroleiros do Golfo do México (o gajo gosta mesmo de ver navios…) e encara o seu director de Operações Exteriores.
- Tás nervoso c…?
- Nem imaginas o que é que aconteceu em Linda-a-Velha City…, pá.
- Vão candidatar-se à organização dos próximos Jogos Olímpicos?
- Quando eu te contar, deixas-te logo de piadas! – diz furioso Hitdogs.
- Relaxa e conta, c…
- O Shithead f… tudo! Perdeu o JC, matou um gajo, tive de o mandar ficar quietinho, pá. Precisamos de reforçar a missão com mais um agente.
Depois de Hitdogs ter contado em pormenor o monumental falhanço de Shithead, Verygood chama a sua secretária.
- Olá Rebecca. Tens andado a insistir comigo para te dar uma missão no estrangeiro, pois tens agora a tua oportunidade. Sobes ao terraço, metes-te num helicóptero e apanhas um avião nosso para a Linda-a-Velha City, Panamá.
- Boa chefe!
Verygood explica a Rebecca os pormenores da missão, que consiste em juntar-se a Shithead para, em conjunto, localizarem o JC. Avisando-a para ter muito cuidado, pois ali andará a mão da resistência panamense, que, como sabemos, é danada para a porrada.
Sobretudo a tendência interna mais libertária, liderada pelo Zef.
Depois de ir a casa fazer a mala e despedir-se da namorada, Rebecca apanha um táxi para a Killing Quickly, Inc.
Durante o percurso, Rebecca promove um brainstorming consigo mesma.
Contudo, como o seu cérebro não tem sequer espaço em disco para discutir uma ligeira brisa estival, a tempestade mental torra-lhe os neurónios como se estes fossem gatos em telhado de zinco quente. Veremos que este acontecimento terá funestas consequências…
Rebecca embarca finalmente no helicóptero. Adormece e só acorda já em terra à chegada a Linda-a-Velha City.
- Foi rápida a viagem e nem dei por sair do helicóptero e entrar no avião… - pensa a ex-secretária.
Este thriller entra agora numa nova dimensão. Um volte-face tão impressionante que até o tradutor decide participar.
- Credo quia absurdum (creio por ser absurdo). Lex est quod notamus (a verdade pode às vezes não ser verosímil).
- Gloriae et virtutis invidia est comes (a inveja acompanha sempre a glória e a virtude) – responde o autor.
- Laus in ore próprio vilescit (louvor na própria boca perde todo o valor) – contesta o tradutor.
- Imprimatur (imprima-se) – decide o editor.
Rebecca olha em redor e exclama:
- Fantástico! Linda-a-Velha City parece a Roma Antiga que eu vi num filme há pouco tempo.
Rebecca olha estarrecida para o Coliseu. Aproxima-se dela um plebeu romano de túnica, conduzindo uma quadriga.
- Quo vadis (onde vais) – pergunta o homem da quadriga.
- No Panamá fala-se latim! Fixe! – diz Rebecca.
- Quid? (o quê) – insiste o romano.
- Linda-a-Velha City.
O romano antigo desconhece a existência desta cidade, mas não tendo ainda sido criadas as cooperativas de rádio-táxis e muito menos roteiros, faz jus aos seus futuros descendentes taxistas e decide inventar.
- Ad Augusta per angusta (a resultados sublimes por veredas estreitas) – diz o “taxista”.
- Ab hoc et ha hac? (por aqui a torto e a direito) – pergunta Rebecca.
- Audaces fortuna juvat (a sorte protege os audazes).
- Monstrum horrendum, informe, ingens (monstro horrendo, informe, ingente) – reclama a norte-americana.
- Homo sum: humani nihil a me alienum puto (sou homem e nada reputo alheio a mim do que é humano) – responde, provando que já na Antiguidade os taxistas falavam demais e… em latim.
- Favete linguis (favorecei-nos com o silêncio).
- Omnia vincit amor (o amor triunfa de tudo).
- Beati pauperes spiritu (bem-aventurados os pobres de espírito) – goza Rebecca.
- Spiritus promptus est, caro autem infirma (o espírito é pronto, mas a carne é fraca).
- Potius mori quam foedari (antes morrer do que praticar um acto vil).
O romano pára a quadriga na Via Ápia. Desliga a telefonia, interrompendo “Message in a bottle” dos Centuriões (que viriam a inspirar os Police). Olha para Rebecca e começa a despir a túnica.
- Alea jacta est (está lançada a sorte). In naturabilis (em estado de nudez) – convida o romano.
- Non possumus (não podemos).
- Surge et ambula (ergue-te e anda). Vade mecum (vem comigo) – ordena o “taxista”.
O romano ataca Rebecca, rasga-lhe o tailleur Ana Salazar, atira-a para o chão. E, como é mesmo terrível, dá um estalo no lobo mau, rouba o lanche ao Capuchinho Vermelho e leva Rebecca ao castigo.
Depois de regressados à quadriga, ainda compondo o tailleur, Rebecca decide inferiorizar o plebeu romano.
- Displicuit nasus tuus (o teu nariz desagradou).
- Requiescat in pace (descansa em paz) – responde o “taxista”, com uma sonora gargalhada.
- Stultorum infinitus est numerus (o número dos tolos é infinito).
- Veni, vidi, vici (cheguei, vi e venci).
- Omnis homo mendax (todos os homens são mentirosos) – afirma Rebecca.
- E pluribus unum (um entre muitos) – responde o “taxista”
Sendo a Rebecca do Sporting – como a generalidade das loiras burras – manda o romano defecar na latrina pública e, por vingança, ele abandona-a no prostíbulo mais fétido do monte Palatino, completamente grogue (as línguas mortas produzem este efeito nas mulheres…).
E como é que a Rebecca foi parar à Roma Antiga?
Porque é loira e burra. Em vez de se meter no helicóptero, entrou na máquina do tempo.
O agente infiltrado na Killing Quickly, Inc., o MS, aproveitou a oportunidade e programou a máquina para Roma, um século depois.
Acontece que o equipamento ainda estava em testes…
E assim a Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão aniquilou mais um representante do inimigo e prossegue na senda patriótica de defesa da nação panamense.
TO BE CONTINUED…

Que se Lixe!!!

Que se lixe o politicamente correcto, o éticamente correcto, o manual das boas maneiras (da Paula Bobone ou de qualquer Paula assim) e todos os tipos que criticam quem não segue as Escrituras (Sagradas ou não)... e todas as verdades assumidas, que séculos depois, ou talvez mesmo até bem mais cedo, se assumem como enormes balelas!

Eu quero que vão todos pentear macacos, com aquilo que consideram a forma correcta de pensar, de proceder, de se assentar, de comer, de manifestar sentimentos, desejos, direitos, de amar, de fornicar, de falar, de escrever, enfim!!! Vão todos se lixar! (Se preciso com F bem grande...)

Todos os livros de ética e boas maneiras, bem... todos juntos... davam uma boa fogueira... certo... mas não quero apoiar o que Hitler fez, queimando em praça pública toda a literatura (ou digamos quase toda), se bem que "manuais" desses poderão ser considerados literatura? O certo é, que nem para papel higienico servem...

Não concordo com o comportamento tipo "cavalo marchando na formatura" (cagando e andando/ marchando), isso não... mas entre esse comportamento e o do seguidor compulsivo de etiquetas e lambe-botas de ocasião, há de certo um meio termo que nos deixa passar, aos olhos de pelo menos alguns, como um ser minimamente civilizado e respeitador do próximo, mas contudo.... mantendo uma postura vertical, não subserviente, e com uma forma... digamos exótica..., de enfrentar a vida, o destino, os outros e tudo o mais...

Não quero ser um modelo a seguir, nem ditar modas, e atitudes, nem sequer quero dar conselhos, (tal como não os aceito se não os pedir... afinal de ajuda todos precisamos, mais dia menos dia...), mas recuso-me a seguir estereotipos, e se por acaso pisar um caminho ja antes pisado... isso será uma pura coincidência!

Ou seja... talvez porque esse será o caminho mais curto e que eu considero ser mais correcto para atingir o fim pretendido, sem ter de pisar os calos de ninguém (que mereça não os ter pisados...).

Tambem não quero andar á‚ chapada e ao pontapé a tudo o que se mexe, e que se atravesse no caminho ou que, infelizmente não partilhe de uma opinião concordante com a minha (se bem que alguns por vezes até merecem uma chapada bem dada, com algo mais pesado do que uma luva), em suma... não quero fazer muitos inimigos, apenas os necessários para que entre o Ceéu e a Terra, eu continue preferindo o Céu e sinceramente, tambem não quero nem preciso, de nenhuma manada de fiéis (ou infiéis) seguidores, mesmo que sejam inteligentes (bolas! ainda algum é mais inteligente do que eu!! Not!!!).

De amigos, digo apenas que não gosto de matilhas e que mais do que dois (eventualmente três) e já são demais) não direi que sou egocentrista, mas a minha amizade, dedicação e tempo livres têm limites e se devem (e são) partilhadas com quem sinto que merece, se fossem demais seria de menos para aquilo que eu quereria dar e partilhar com cada um deles! Enfim, um meio-termo entre Deus e o Diabo, entre Gregos e Troianos, (ambos distantes e sem chatearem muito) é o que procuro!

Religiões? Não preciso! Cá tenho a minha fé no ser humano, e chega-me, mesmo que por vezes ela seja sériamente abalada! Demónios?? Já bastam os meus (interiores e às vezes... bem exteriorizados) já basta o meu Inferno pessoal, para o qual algumas vezes ainda consigo encontrar uma (temporariamente) diabinha, com quem compartilhar as minhas visões e acima de tudo, perversões (é tão bom, não é?? Pelo menos enquanto dura!) durante algum tempo (belos tempos)

Me perdoem se por vezes gestículo, demasiado, se a minha chama arde por vezes demais (procuro não atear mais fogos do que aqueles de que preciso para aquecer a minha existência), se falo ou rio demasiado alto para os vossos ouvidos delicados (e às vezes a horas menos de acordo com a vossa necessidade de descanso), se por vezes vos der algum encontrão, não será por má educação, embora possa ser porque nao goste de si, o mais certo é que eu estaria tão preocupado com o chegar a tempo a um compromisso (detesto ter de esperar e que esperem por mim) que nem o vi! Desculpem se por vezes a roupa que levo no corpo, não seja a mais correcta para a ocasião, posição e além disso pode já ter sido usada mais de um dia de seguida com a possibilidade de algum cheiro a homem... é que não sou rico, e trabalho!!! (pois.. mas às vezes ainda arranjo tempo para escrever uma parvoeira destas que ninguém vai ler, ou seja, sem qualquer interesse tenho a certeza, mas mesmo assim vou escrevê-la!!), e o meu cabelo? (que horror).

Enfim.. desculpem qualquer coisinha mas eu preciso chegar lá. A tempo e horas, com ou sem forças, ofegante ou sorridente, há um caminho que sigo, (e continuarei seguindo), que não está marcado, e vai sendo pensado passo a passo (se bem que às vezes ou é por instinto ou por simples moeda ao ar) enfim! É o que tiver de ser e não digam que está escrito no Destino, porque esse livro nunca foi escrito e jamais o será e mesmo que fosse... se algumas vez o lessem (vocês porque eu nunca o faria) divertiriam-se imenso com as baboseiras que lá estivessem escritas e tantas vezes contraditas! Nesse caminho por vezes sou guiado (nem sempre a pedido) e quase sempre sigo orgulhosamente só! Só mas acompanhado da minha paixão pela vida, pelo amor, pela procura da felicidade e da partilha com quem me faz sentir que vale a pena continuar a viver e a percorrer este trilho, desconhecido e por vezes assustador, que me levará nem sei bem onde, mas levará... certamente a algum lado!

Enfim... que se lixe... não importa o destino... o que importa é caminhar... mesmo que as vezes tenhamos de dar alguns passos atrás... descansar.... tomar folego... e partir de novo... rumo ao desconhecido!!!

Bora lá?

Agora já?

Não?

Que se lixe!


Zef Coutinho

Pensamentos antes da Leitoada do Toni



Um Leitão Chamado Toni Published Monday, May 29, 2006 by Pilhão


"Ontem dei por mim sentado no sofá, a ver esse filme tão bonito que conta a história de um porquinho chamado Babe. Gostaria de pensar se esse filme fosse realizado em Portugal e tivesse como cenário, em vez de um qualquer estúdio hollywoodesco, a bela localidade da Bairrada. Não seria mais um porquinho, tomaria a designação de leitão e chamar-se-ia Toni, um nome bem português, porque o que é nacional é bom.
Para começar, não seria um filme para crianças. Seria um filme de puro Gore, pois começaria sempre com a matança do coitado, uma espécie de Scream em que os únicos gritos que se ouviriam eram os do animal querido a ser esventrado por um facalhão do talho. Em vez do assassino usar a já clássica e fantasmagórica máscara de Carnaval, trocaríamos as voltas e quem a usava era a nosso pequeno Toni. Poderíamos adicionar posteriormente a essa máscara um turbante e umas barbas que representariam no seu conjunto a figura de um terrorista, fingindo-se passar por porquinho, com o objectivo de ter algum protagonismo e acabar com o negócio do frango assado.
Uma possível sequela teria aproximadamente uma hora e meia ou duas horas, que é o tempo de lhe meter uma laranja nas fuças, ir ao forno e começar a gratinar. Ah! É claro que teria dois a três intervalos para “constipar” o Toni, para retirar o excesso de gordura.
Por acaso nunca percebi qual é esta paranóia com os leitões. Porque é que nunca deixam crescer o sacana do porco? Na flor da idade, tão miúdo e já vai para a panela…E vocês poderiam responder logo “Ah! porque assim é mais saboroso!”, “a carne é mais tenrinha!” ou “sabe melhor assim!”...bom isso é o que o Carlos Cruz dizia sempre que se encontrava na casa de Elvas. "

Eu tb escrevo...

Eu sei que são parvoíces.. mas... não é só o Manuel o unico com dotes de escritor.. penso eu de ke...

Aki esta uma contribuição minha par a elevaçao culturar deste cantinho...

"Total nonsense"

Entrei... bati com a perna na cabeça da estátua do Marquês do Pombal, o tal que foi destronado após a batalha de Aljubarrota, aquela em que o Eusébio lesionou o joelho, e que jurou que iria voltar numa manhã de nevoeiro! Malditos marroquinos... nunca lhes irei perdoar... Ainda espero essa manhã... até pode ser numa 4ª feira á noite futebolistica-europeia... Quem sabe né?

Bom mas logo de seguida... e depois de tropeçar num esqueleto que ficou esquecido no armário da minha visita gorda que nem uma elefanta cor-de-rosa, dei uma trancada numa pedra que o sogro do meu periquito de estimação, trazia na mão, presa por uma linha de fio de pesca, mas na verdade o tipo não pesca nada daquilo! Enfim... marinheiro de água doce, e como há mais marés que marinheiros... lá foi ele na maré baixa... e podem crer, baixinha mesmo! Já viram o que é uma tipa de metro e trinta de altura a tentar subir para o colo de um jogador de basquet? Écomo ter um rato a querer fazer um afundanço de costas... ou passar por cima da tabela... ou talvez mesmo... ir até á Lua e ficar por lá para comer aquele queijo todo! Sim porque todos sabem que a lua é feita de gruriére!

Mas na verdade acabei foi por ir dar com uma drogaria ambulante, aonde me fizeram um tratamento á base de estricnina, o que me fez até muito jeitinho, porque me fez passar aquela azia horrorosa, que nem fazia arrotar e pedir por mais, cada vez que lambia as unhas dos pés!

Depois disso comecei a evoluir e tornei-me pré-histórico, e foi nessa época que as ondas do mar Egeu invadiram a horta do meu vizinho, aquele bem distante e eloquente que tinha a mania que era o rei da Republica das Bananas (vocês sabem, né? aquela onde os macacos gordos se vestem de pegas e desfilam nos desfiles carnavalescos e até aparecem na televisão... mesmo que não estejamos para aí muito virados..."vira homem vira vira..." )

E dai eu vi!! Eu juro que vi!! Aliás eu seja ate´ceguinho se não vi!! O primo do primo duma minha prima, aquela que quando apanhou o avião em Singapura, serrou um bocado de madeira.. ops... pera aí.. isso foi no Funchal... Ilha da Madeira... entendem?? Daí esta minha confusão... e eu que ate sou um tipo arrumadinho de ideias.. só não há é mais espaço neste cérebro cheio de ideias mórbidas e perturbadoras.... aquelas que nos vêm á cabeça quando estamos sentados de pé a ver televisão e a forrar um quarto em veludo azul, com um compasso de esfera hiperbólica, e também já agora com o meu pé esquerdo, Golooooo!!! De Eusébio na passada... na passada 4ª feira frente aos tiroleses do Sion FC (esses suíços falsificadores de queijo e relógios), e a bola depois de furar as redes.. foi acertar em cheio num prego (numa loja de penhores ali no Martim Moniz), aquele mesmo que furou o triciclo do Fittipaldi, quando ele dirigia em excesso de velocidade na Ponte e foi apanhado pelos batedores de ovos-moles de Aveiro, e foi por causa disso que ele se despistou.. e chocou contra uma nuvem gerada pelo solstício de Abril, ou seriam ainda restos mortais da bomba de Hiroshima, meu amor! E foi por amor... que a galinha atravessou a rua e por isso o homem do talho foi processado, porque tinha cortado a meta com uma mão da sobrinha que empunhava a faca de cortar fitas motorizada, e entronou o copo de água, que não custou mais que uma queca mal dada, ao virar da esquina do outro lado do espelho, que foi quebrado há sete anos atrás! Daí o azar do danado que foi á drogaria e pediu um copo de três, acompanhado de bocadinhos de ferro que o tipo tinha arranjado nem fabrica de papel açucarado, pesado numa balança ilegalizada, e na qual misturou um cacho de uvas com sabor a anis mesclado, aquele bicharoco selvagem que criei na capoeira do meu tio, pai da minha avó e que é policia debaixo de água e também não...

E foi então que te vi! Ensolarada a comer um cachorro sem mostarda (por favor se não tiver pode ser meia-dose de esparguete á portuguesa.. concerteza... acompanhada por um maluquinho do Júlio de Matos aos pulos e a correr,.. salteado com batatas a murro e com Ko ao 5º assalto, para o titulo mundial de pesos na consciência, mas esse tipo até depois foi o presidente da CIA, vocês conhecem.... aquela que afiava as unhas á tal que deu a bordoada no tipo que comeu a dentadura do proletariado que não perdia o autocarro das 20:30 e que não parou naquele dia, porque tinham roubado a paragem, alias desviaram-na para Cuba para irem ao funeral do Fidel! Mas o tipo não morreu .. reu... e então atirei o pau ao gato... e o gato... miou... que nem a Casta Fiore... e foi logo contratado para o show do La Feria.. Circo de Feras... só pode né??

Mas foi mesmo assim, podem crer, e o tipo ameaçou o condutor com um pauzinho de gelado Olá, impregnado com ácido desoxirribonucleico, ou será que foi antes com a ameaça de enlouquece-lo com assobios de um xupa-xups tresloucado, o tal que foi vendido ao Laurence da Arrábida, E que alugava gaivotas ao desbarato aos Americanos para atravessarem para a outra margem, e foi então desembarcar no Saara, deserto muito habitado por trogloditas professores de Teologia Apostológica da Universidade das Berlengas do Sul, do género das ruas de Lisboa em hora de ponta e mola... quando fui ao hospital, na sala 13 , mas que já não estava lá, porque tinha ido em excursão até á morgue, para uma conferência sobre o "Problema das Cuecas Hipertrofiadas com Complexos de Ceroulas de Peluche", e isto tudo porque não se admitia que uma pessoa que tivesse sido atropelada pela formiga do Salazar, a de estimação, que estava com montes de tiques e comichões na barriga das pernas, inchada com o lanche servido em casa do Exº Sr.Comendador Martinho de Sousa Albuquerque e Meneses Pimentel, e que por sua livre iniciativa desfechou um pontapé no traseiro do people que estava a brincar á apanhada com as cobras venenosas da Estufa Fria, mas o pior de tudo foi o ter acendido o aquecedor que estava avariado, e não havia mesmo nada a fazer, a garantia já nem dava para pagar os pensos higiénicos... e como ela estava com o período, de entropia e depois o pior foi a dor de corno do boi que se perdeu no Metro ás 4 da tarde sem tomar o chá!

Tivemos que chamar os homens das Urgências, e apareceu a telefonista em ligas de veludo vermelho armada em travesti de meia-tijela a dizer que não estava ninguém em casa, e que esperássemos pela ligação á Eurovisão, para vermos em directo, via postal, a chegada de mais um bicho ranhoso e fedorento que se tinha perdido dentro da máquina de chocolates e cafés da Estação de Stª Apolónia, que estava a avariada, só dando bónus aos 50000 pontos (naturais) na cabeça, em águia, depois de ter sido pisada pelo calcanhar de um Aquiles fedorento, que era primo dum dinossauro doméstico que nem cantava rock, que por acaso até é porteiro na Ponte sobre o Tejo, e que até comeu um prego ferrugento , que como sempre faz muito bem ao reumático e á ciática, e até tenho umas gotas fantásticas, que trazem muito bem dominada a manifestação de pesar pela queda livre! Pois não, sendo assim, podemos então ir dar uma volta né?? Ou não me diga que se esqueceu dos supositórios em casa e já não podemos levantar voo, e ir a casa da Madame Butterfly , a tal que de vez em quando até vai para a cama com qualquer crocodilo que seja capaz de pagar o passe social a tempo e horas?

O problema foi depois a indigestão galopante, que se atravessou á frente dele.. e ... PUMMM!!! Só consegui caçar duas perdizes e uma era zarolha e coxa... e ainda por cima estava-me a piscar o olho... de água, contra-mundo e papa, malhos ao Bias! Sim! Porque fiquem sabendo que não é todos os dias que se ganha a final olímpica dos 5000m obstáculos a subir e que tinham já vinte anos de casados pela Igreja Adventista, e que viveram muito felizes durante muitos anos ao som da Valsa da Meia-Noite que até tocava ás 5 da tarde, pois. é.. tão tarde né??

Acho melhor ir dormir na minha cama forrada a arame farpado , equipado a preceito para este enorme desafio, que terei de vencer mesmo comendo o tecto... E portanto e assim sendo.. Boa Noite a todos os meninos e meninas que não lavam os dentes com Benzovac Ultra Sec! Tá na hora!!!



Zef

quinta-feira, 29 de maio de 2008

DUREZA!!


Pessoal, curtam bem esta foto.
Ribeira de Cheleiros 191530Z ABR 08.
10km por trilhos espectaculares até ao mar (Foz do Lizandro).
Ah, se eu apanhasse aí o leitão!

Um bocadinho de história e cultura






Já que aqui o blog já estava a descambar só para as gajs boas, mamas, cromos, etc., temos hoje um pouco de cultura Linda-a-Velhense. Aposto que poucos de vocês conheciam as origens cá da nossa terra. Pois aprendam, que eu (que não Linda-a-Velha) não vou durar para sempre.


CROMO Nº 21



Malta:

O Zeferino Coutinho (nome de código: ZEF) deu à costa.

Consegui encontrar o rapaz no google.

A internet é uma maravilha!

É "engenhocas" na Ensul/Meci.

Aqui fica mais um cromo.
No cromo antigo é o de baixo, à esquerda. Ao lado estou eu.
De pé: Angeja, Chico e Luís Carlos.

terça-feira, 27 de maio de 2008

(Mestre) Quim Barreiros - "A Coisa"

Assim não vale ... estava a pesquisar a vasta obra do Quim e a Paula adiantou-se.

Mesmo assim vou acrescentar esta "coisa".

E até dá a alternativa à gasolina, "use álcool" (mas atenção, que não é na "coisa")

Quim Barreiros - Os Bichos da Fazenda (Fui Acudir 2008)

Viva as Festas da Freguesia!

Portugal visto de forma bastante criativa...


Perdoem-me linda-a-velhenses, mas esta tem tanta graça que não resisto a fazer um "post".

Sabiam que Portugal é banhado pelo Oceano Pacífico? E que se liga ao Oceano Atlântico graças ao estreito de Gibraltar? Que tem um clima tropical húmido? Que Lisboa é uma cidade plana (será que terraplanaram as 7 colinas...)? Que 2/3 de Lisboa desapareceram após a II Guerra Mundial, altura em que o 1º ministro era o Marquês de Pombal?
Leiam a caixa "Lisboa em ascensão turística".

Eu acho que os gajos leram uns capítulos da novela do Manny González... Garanto-vos que este artigo constituirá uma enorme fonte de inspiração para o autor. Bem hajam irmãos jornalistas brasileiros.

Nota: o jornal que publicou a coisa é mesmo um dos mais conceituados no sector do turismo...

Roberto Leal, Tony Carreira, Toy, José e Ana Malhoa





Ai Portugal, Portugal ... o que é que tu estás à espera?

De ser campeão da Europa em futebol?

(Ou as torturas dos Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 23

CAPÍTULO 23
JC RESISTE ESTOICAMENTE A SESSÃO DE TORTURA

“Sem saltos altos não consigo pensar”
Victoria Beckam

O banco onde havia estado sentado Tom Hanks – já dispensado deste blogothriller, entre outras razões por ter um cachet demasiado alto para uma produção independente – é agora ocupado por JC.
O nosso herói é acordado com uma valente chapada.
- Mas ninguém acorda naturalmente neste thriller? Tem de ser sempre com violência gratuita? Isto é um pedacito traumatizante!
- Cala-te traidor!
- Ao menos não uso túnicas cor-de-rosa, seus palhaços!
- Ignorante! É fúcsia!
- O que é que vocês querem?
- Com que então o menino é de Linda-a-Velha City e está metido num complot para rebentar com o Panamá? Sim senhor, rico patriota que me saíste! – grita um confrade.
- Sabemos da tua missão, bandido – diz outro.
- Meteste-te com a escumalha da Killing Quickly, Inc. e estás a soldo dos castelhanos – acusa outro honorável capitão.
- Vais contar tudinho à malta e, se aceitares mudar de campo, pode ser que te safes.
JC recusa ficar às ordens da Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão, mantém-se em silêncio e obriga os honoráveis capitães a dar uso aos instrumentos de tortura.
São novinhos em folha e foram adquiridos recentemente em leilão, por um preço jeitoso, à seita islâmica Jamaat ul-Fuqra, devido a mudança de ramo de actividade.
A coisa começa de levezinho. JC é submetido a uma sessão com música punk, desde os Ramones aos Sex Pistols, passando pelos Stooges e The Clash. Leva também com Chuva Dissolvente, Contentores e A minha alegre casinha na versão dos Xutos e Pontapés, numa selecção especialmente criada pelo DJ Slow Down para torturar a malta. Aquela lista que ficou de molho desde o capítulo anterior.
Sofre com Roberto Leal, Tony Carreira e, ainda por cima, com o filho deste e a Ana Malhoa. Aquilo que o poderia levar a ceder mais rapidamente, a discografia completa do Júlio Iglesias, foi vetado pela maioria dos honoráveis capitães, por ser espanhol.
Muitas horas depois, JC continua em silêncio. É então submetido à lancinante tortura das gravações de bebés a chorar, com o objectivo de o impedir de dormir.
Mesmo assim não cede, sendo-lhe aplicada a técnica do telefone, umas palmadas nas orelhas rebentando-lhe com a membrana dos tímpanos.
- Com essa não vão lá – diz JC – e podem parar com a música e a cena dos bebés a chorar, que já não oiço puto.
- Já que estás armado em herói, obrigas-nos a desencadear técnicas mais drásticas – diz o confrade que já fez um estágio em Guantanamo.
São então colocados no corpo de JC vários eléctrodos. É molhado abundantemente com água – desta vez da torneira, porque a água de cozer os percebes foi toda gasta com o Tom Hanks.
O corpo de JC estremece convulsivamente com a passagem da corrente eléctrica. A cada aplicação desta técnica, JC perde os sentidos e é sucessivamente reanimado. O corpo apresenta graves queimaduras, mas JC permanece em silêncio.
- O gajo foi bem treinado! Passemos ao clister eléctrico.
JC é colocado de cócoras e são-lhe aplicadas descargas eléctricas no cóccis. Isto provoca o relaxamento dos esfíncteres levando-o a defecar abundantemente (pensaram que eu ia escrever cagar, não foi?).
- Mudem lá de método, que já não aguento o cheiro a merda – pede um comparsa mais esquisito.
A cabeça de JC é então totalmente imersa numa enorme tina com água. E retirada antes de perder a consciência. A cada mergulho, ele debate-se violentamente, mas permanece em silêncio.
Constatando que JC é mais duro do que parecia, os honoráveis capitães deixam-no inerte no chão da sala de tortura e iniciam uma reunião de emergência.
- Tá visto que o tipo foi bem preparado para estas situações!
- Pois é, com tortura não vamos lá!
- Matamos o gajo?
- Isso vai contra os nossos estatutos. Só podemos matar espanhóis e americanos e, formalmente, o gajo é um cidadão de Linda-a-Velha City.
Os honoráveis capitães decidem abandonar o corpo de JC no perigoso e mal-afamado bairro da Lapa.
Admitem que ele está num estado que não lhe permitirá continuar a missão. E que o mais certo será apanhar umas facadas ou ser vendido a traficantes de órgãos pelos facínoras de algum gang daquele bairro degradado.
Enquanto JC é abandonado num beco infecto da Lapa, o armário, que agora já sabemos dar pelo nome de Steve Shithead, esconde-se do outro lado da rua do Flamingo Bay, o antigo, encostado a um poste de iluminação pública, que não ilumina publicamente nada por ter as lâmpadas fundidas.
Há muitas horas que Steve Shithead se oculta nas sombras, aguardando a passagem de JC e tentando avaliar a presença de agentes inimigos.
A tarefa não é fácil, na medida em que circulam frequentemente pela rua bastantes prostitutas, respectivos proxenetas e esparsos clientes.
Um único transeunte lhe pareceu suspeito.
Mas depois de uns valentes murros, com recurso a uma soqueira, no beco mais próximo, confirmou que se tratava apenas de um inocente travesti, que fazia pela vida.
Com a chegada da manhã, Steve Shithead começa a desconfiar de que há tramóia. Dirige-se à recepção e interpela o sonolento recepcionista.
- O hóspede do quarto 420 está cá?
- Quarto 420? És um brincalhão do caraças! – responde o recepcionista.
Como sabemos, Steve Shithead é um bocado para o violento. Puxa da sua Sig Sauer 9 milímetros, encosta a ponta do cano ao parietal do empregado do hotel e diz:
- Sou brincalhão é? Gostas do meu brinquedo? Fuck.
- Oh pá, é que este hotel só tem dois andares – diz o recepcionista aterrorizado.
- Estou-me nas tintas para isso. Não te perguntei quantos andares tinha o hotel. Fuck!
- O 420 seria… no quarto piso… e não temos quarto piso – esclarece o assalariado sazonal da hotelaria.
- Fuck. Então em que quarto é que está o John Clone?
Depois de uma consulta ao sistema, o recepcionista esclarece que não há qualquer John Clone alojado no hotel.
- Fuck. Com esta é que me lixaste! – acusa Steve Shithead, enfiando um projéctil da sua Sig Sauer, à queima-roupa, na mona do aterrorizado recepcionista, que fica a esvair-se em sangue.
O armário abandona o hotel rapidamente e vai telefonar a uma cabina pública a uns quarteirões de distância.
Steve Shithead liga a Bill Longknife, que, por sua vez, transfere a chamada para Peter Hitdogs, o qual, depois de ouvir o relato dos acontecimentos, finalmente lhe diz:
- És um incompetente do c…, pá. Esconde-te até novas instruções.
Steve Shithead afasta-se, no sentido contrário ao das sirenes que já soam nas redondezas.
Será que JC já terminou o seu papel nesta história? Irá ele sobreviver? Morrer? Aderir a um gang da Lapa?
TO BE CONTINUED…

CROMOS RECENTES



E DESTES NÃO TENHO ANTIGAS...

CROMOS ANTIGOS "ELAS"





DESTE PESSOAL TAMBÉM SÓ TENHO FOTOS ANTIGAS... HAVERÁ POR AÍ MAIS RECENTES?

CROMOS ANTIGOS "ELES"





LAMENTO, MAS DESTE PESSOAL SÓ TENHO FOTOS ANTIGAS... SE ALGUÉM PUDER CONTRIBUIR COM O CROMO ACTUAL...

CROMO Nº 20



FERNANDO PINTO

CROMO Nº 19



ISABEL CRISTINA

CROMO Nº 18



JOÃO MENÉM

CROMO Nº 17



TÓ VASCONCELOS

CROMO Nº 16



FERNANDO CARREIRA


A Ordem do KAOS - Aniversário

Original KAOS

Faz hoje anos o grande mestre da caricatura digital blogosférica: KAOS.

Para além de ser um artista excelente, os seus textos de análise política são de uma pertinência e de uma coerência sublime. A liberdade de expressão é a sua bandeira e, como não se deixa comprometer por quem quer que seja que lhe queira impôr uma côr ou uma linha política, ele é absolutamente um livre pensador! Da direita à esquerda, do centro moderado à extrema esquerda, seja ministro ou sindicalista, todos os que pisam o risco (e como pisam o risco!), já sabem que o Kaos não os poupa e que imediatamente vão fazer parte da enorme galeria de corruptos, mentirosos, vendidos, vira-casacas, traidores, engenheiros de obras feitas, anti-democráticos, fanáticos ou fascistas d'aquém e d'além mar.

Como em certos casos é mesmo verdade que uma imagem vale por mil palavras, aqui vos deixo com uma das últimas imagens do Kaos, a qual serve bem de exemplo ao que acabei de dizer sobre a sua mestria e sobre as figuras retratadas.

Um grande abraço de parabéns ao Kaos que, para além de tudo, é uma pessoa excelente, um grande amigo e o melhor dos companheiros!

domingo, 25 de maio de 2008

"Stayin' Alive", "White America" e "Born in the USA"





Cá está uma amostra da banda sonora da blogonovela (ver capitulo 22).

Proponho que o Manel num dos próximos capitulos se deixe de top's de Americanices e invente ele próprio um top das músicas de tortura que se poderiam utilizar em Portugal (desculpem, Panamá) com musicas feitas por Portugueses (LA Velhenses e outros).

sexta-feira, 23 de maio de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 22

CAPÍTULO 22
RESISTÊNCIA PANAMENSE SEQUESTRA JC

“Não sou homossexual.
Quem achar que sou que me traga a irmã.”
José Mourinho
(Cuidado, muito cuidado, eles andam aí e este gajo é mais perigoso que o JC)

Continuamos no Flamingo Bay.
Samantha vai cumprir a sua difícil missão na sala da segurança.
AA e AR trancam o Ferrari e entram no hotel. Sobem no elevador até ao oitavo piso e penetram cautelosamente no quarto 815.
Distinguem um vulto imóvel na cama. Aproximam-se, dão-lhe uma injecção de fenobarbitol, enfiam-no num saco, descem no elevador de serviço.
Saem pela porta lateral, enfiam o saco – e o JC, obviamente – na mala do automóvel. Tarefa complicada, dada a dimensão reduzida do porta-bagagens.
- Devíamos ter trazido uma van, porra!
- Dava muito nas vistas. Aqui, o Ferrari passa despercebido.
- Lá isso é verdade!
- E o smoking branco também não ajuda nada! Parecemos uns pinguins!
- Eu até acho que usar smoking em operações de sequestro viola os estatutos da Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão…
- Isso é porque não leste as letras miudinhas… Lembra-te que os estatutos foram escritos pelo capitão Quincas. E, vestidos desta maneira, ninguém suspeita de que andamos a raptar pessoas.
- Tá bem visto, sim senhor. És um gajo esperto.
A acção centra-se agora na sede da sociedade secreta Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão. Na cave adaptada a sala de tortura.
O sequestrado está sentado num banco, amarrado, sob um potente candeeiro que irradia luz negra. Os honoráveis capitães dispõem-se na zona de penumbra em redor.
JC é acordado com um balde de água fria salgada, que tinha sido usada para cozer percebes na última almoçarada do grupo.
- Porra! Mas o que é esta merda? Água salgada?
- Tens sorte que é de cozer percebes. Seria pior se fosse água de cozer bacalhau!
- Já nem exigia água engarrafada, até podia ser da torneira… Pareço um peixe em salmoura.
- Quietinho rapaz! A gente não aprecia mesmo nada o filme em que te meteste. Destruir o Panamá, hein? Estás f…!
- Destruir o Panamá? Desse não me lembro! – diz JC.
- Não nos iludes, porque essa história dos lapsos de memória já foi há uns quantos capítulos atrás.
- Foi o Russel Crowe que vos mandou?
- O gajo passou-se! Eu bem vos disse que a água de cozer os percebes estava estragada – diz um honorável capitão.
- Já percebi, esses dois gajos que parecem uns pinguins, de smoking branco, são críticos de cinema. – diz o sequestrado.
- Eu não te disse que parecíamos pinguins… - diz o AR
- Túnica fúcsia ainda vá, agora smoking branco nunca mais, f…-se! – afirma AA, atirando com o smoking para o chão.
- Como disse alguém em tempos, “os críticos são como os eunucos num harém. Eles sabem como se faz, vêem isso todos os dias, mas não conseguem.” – comenta o gajo manietado, com ar superior típico de um 007.
- Eunucos? Eunucos? Eu já te f… - diz um confrade, pegando num clister eléctrico.
Entretanto, o honorável capitão, que responde pelo nome de código FB, sai da penumbra e aproxima-se de JC.
- Oh malta, este gajo não é o JC. Tenho a certeza, até porque andei com ele da escola.
O honorável capitão que costuma ler revistas de moda e que também lê revistas de cinema, aproxima-se também do sequestrado e diz com profunda admiração:
- F…-se! Pois não! Este pintas é o Tom Hanks, o galardoado actor de cinema.
A situação deixa o DJ Slow Down bastante irritado, pois já preparara uma bela selecção musical para impedir o sequestrado de dormir e, desta forma, o desorientar durante os interrogatórios.
Já tinha mesmo acedido à playlist usada pelos militares americanos nas sessões de tortura, na qual consta, por exemplo, “White America” (Eminem), “Born in the USA” (Bruce Springsteen) ou “Stayin Alive” (Bee Gees). (Só por acaso, isto não é ficção. Consultem http://motherjones.com/news/featurex/2008/03/torture-playlist.html).
- Até já tinha criado uma adaptação da lista às características intrínsecas do JC – queixa-se o especialista em música.
O honorável capitão responsável pela sala de tortura reúne à sua volta os comparsas, que discutem as medidas a tomar.
- Os camaradas que trataram do rapto fizeram asneira.
- A primeira medida é obrigar os camaradas AA e AR a assistir a um show non-stop de striptease.
- E têm sorte! Se fossemos da killing Quickly, Inc. iam de castigo para o canto da sala.
- Ou para a sala escura!
- Ou directos para a câmara criogénica!
Depois de acalorada discussão, foram decididas as restantes medidas a desencadear. Em primeiro lugar, temos de mandar o Tom Hanks para casa. Em segundo lugar, é preciso telefonar à Samantha, para perceber como é que isto pôde acontecer.
- Oh Tom, desculpa lá qualquer coisinha. Vamos já meter-te num avião.
- Eu até vou de smoking branco, se vocês quiserem, mas ponham-me num avião que não se despenhe no meio do oceano!
Os honoráveis capitães deslocam-se para a sala de crise. Um deles pega no telefone vermelho e digita o número da Samantha.
- Fala da mercearia Flor de Lótus!
- Tem cogumelos laminados? – pergunta Samantha.
- Não, mas há fruta biológica.
- Mas o que eu quero é grão-de-bico! – diz a rapariga.
- Então mete o grão na peida e faz-me um bico!
- Oh meu, vocês têm de mudar o código. Ainda agora acabei de fazer um ao gajo da segurança do hotel. Podiam variar e substituir por cunilingus.
- Vamos ver isso na próxima reunião. Por agora, queria dizer-te que fizeste asneira da grossa.
- Não sei porquê, o gajo da segurança adorou. Só se queixou do aparelho dos dentes.
- Não é isso oh minha, deste ao AA e ao AR o número de quarto errado. Em vez do JC trouxeram o Tom Hanks.
- Incompetentes do caraças! O JC também estava no quarto. Afinal, para que é que vos dei a foto do tipo?
Fade-out para o hotel Flamingo Bay. Quando JC sai da casa-de-banho, depois de uma valente mija, volta para a cama e nota que Tom Hanks não se encontra.
- O gajo foi-se embora, não se despediu nem agradeceu. Nem um simples beijinho! Agora que eu estava a ficar apaixonado… Estes artistas de Hollywood são muito mal-educados. Que se lixe! Vou dormir. Espero que o Morfeu me traga o gostoso Tom ou, vá lá, a fogosa Samantha.
De novo na sede secreta da sociedade secreta, AO e JV são destacados à força para o sequestro de JC.
Para recuperarmos algum tempo, pois JC deve estar quase a acordar, entramos em fast-motion até os dois honoráveis capitães invadirem o quarto 815. Plano geral do quarto. Zoom-in em JC. Close-up do rosto. AO e JV colocam a foto de JC ao lado da cara deste. Confirmam que, desta vez, é mesmo o alvo.
Fast-motion desde a injecção de fenobarbitol até à entrada de JC na sede da sociedade secreta.
Querem conhecer a “playlist”, engendrada pelo especialista em música, para torturar JC? Leiam o próximo capítulo.
TO BE CONTINUED…

Basic Instinct

Toma lá Manel, não quero que te falte nada. 2 em 1.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 21

À atenção do “maestro”: arranja-se a cena referida no filme para ilustrar o capítulo? Caso afirmativo, aposto que a malta até dispensava a musiquinha… Senão, a Beyoncé tem um videoclip chamado “ring the alarm”, que recria a dita cena...

CAPÍTULO 21
SAMANTHA ADORA FELATIOS

“You know I don't like to wear any underwear, don't you, Nick?”
Catherine Tramell

No capítulo anterior, JC e Tom Hanks foram para o quarto do hotel.
Tudo parece indicar que o autor nos vai conduzir por uma incursão ao mundo da homossexualidade masculina.
Dois homens num quarto… o passado pouco recomendável de JC… o Tom Hanks esfomeado… jacuzzi… bolhinhas… vista para o mar.
Isto não indicia nada de recomendável.
- Até temos vista para o mar, baril não é?
- Tu és um gozão do c… Não achas que já deito mar pelos olhos? – indigna-se Tom Hanks.
Bem visto seria, neste caso, o Tom Hanks trocar de quarto com o armário. Mas o Flamingo Bay antigo não dispõe de jacuzzi nem a classe compatível com um grande actor.
Depois de um reparador jacuzzi, Tom Hanks deita-se na cama do quarto. JC faz-lhe companhia (não comecem já com bocas que a cama é mesmo muito grande). Adormecem.
Quando os dois gajos entraram no quarto, a Samantha estava a revistar as gavetas e a bagagem de JC.
Quase que foi surpreendida na sua missão. Apenas teve tempo de se esconder no roupeiro, onde ficou a aguardar que eles se fossem embora ou decidissem passar pelas brasas.
Agora, com JC e Tom Hanks já adormecidos, Samantha muda de ideias.
- Há muito tempo que não como dois gajos em simultâneo! – murmura.
Samantha deita-se na cama, furtivamente, entre os dois homens, e prepara-se para os fruir. Aproxima-os de si, mas eles acordam repentinamente.
- Uma gaja! – exclamam ambos – Que horror!
Samantha é violentamente projectada para fora da cama.
O embate na mesa de cabeceira “made in Paços de Ferreira” (há coisas boas que não são de Linda-a-Velha City…) faz a mulher perder os sentidos.
Quando recupera a consciência, assiste a algo verdadeiramente chocante. JC e Tom Hanks amam-se entusiasticamente, e mesmo à frente dos seus olhos.
- Oh seus pervertidos de merda! Têm aqui uma gaja boa, loura platinada e tudo, com umas mamas espectaculares e estão a fornicar sozinhos?
JC e Tom ignoram Samantha e invertem posições, continuando a sodomizar-se.
- Rapazes, rapazes, sabem, já acordei…
Mas eles mantiveram-se concentrados, como se fossem os dois únicos homens à face da Terra, agora num perfeito 69.
- Tarados! – exclama Samantha.
Mas os movimentos de sucção continuam…
- Se não me ligam nenhuma, vou ver televisão – ameaça a rapariga.
Porém, chegados ao orgasmo, eles continuam a acariciar-se, ignorando as interpelações de Samantha.
- Eu já vos f… seus grandes panascas.
Samantha dirige-se ao roupeiro e de lá retira um strap-on. Ajusta o pénis de borracha com correias à pélvis.
Salta para cima da cama e, quando se preparava para a penetração naquele que estava mais a jeito, os dois homens afastam-se e adormecem, extenuados, saciados de prazer.
Incapaz de travar o seu ímpeto, Samantha volta a bater com a cabeça na mesa de cabeceira e desmaia.
Até agora, a Samantha só conseguiu ser f… pelo mobiliário. Azar do caneco!
Samantha acorda. A televisão exibe o filme Instinto Fatal 1.
- Gus: Did you ever do drugs with Mr. Boz?
- Catherine: Sure.
- Gus: What kind of drugs?
- Catherine: Cocaine. Have you ever fucked on cocaine, Nick? It's nice.
[Catherine Tramell uncrosses her legs and it can be seen she's wearing no underwear]
- Nick: You like playing games don't you?
- Catherine: I have a degree in psychology, it goes with the turf... Games are fun.
Inspirada neste diálogo cinematográfico, Samantha olha para os dois gajos. Levanta-se. Vai buscar um picador de gelo.
É então interpelada pelo autor, que entra em cena por ter ficado maluco com o cruzar e descruzar de pernas da Sharon Stone.
- Oh rapariga, o que é que tu vais fazer?
- Vou matar os gajos com o picador de gelo!
- Não te desgraces. Vais presa e eu preciso do JC vivo. E o outro ainda vai receber muitos Óscares. E, acima de tudo, lixas-me a história.
- Deixa lá picar os gajos – pede Samantha.
- Não. Esses instintos fatais não te ficam bem!
- Oh pazinho, deixa lá..
- Vai mas é arrumar o picador, porque tens pinta mas não chegas aos pés da Sharon Stone.
- Tá bem, prontos! Mas se fizeste daquele gajo físico nuclear, também podias transformar-me em bióloga marinha.
- Mas o que é que se passa com esta malta nova? Querem todos cursos esquisitos! OK, concordo.
- E também podias acordar os gajos, para me darem uma queca e eu não sair daqui sequinha como o deserto do Saara… E faz-me o favor de parar com essa merda de me pôr a bater com os cornos na mobília. É que já me dói um bocado a tola.
JC e Tom acordam. Os seus membros flácidos começam a mostrar uma forte erecção.
JC puxa Samantha para cima de si. Agarra-lhe os longos cabelos. Beija-lhe os mamilos com sofreguidão. Introduz o seu pénis já túrgido na vagina da mulher. A violência da penetração faz Samantha gemer de gozo incontido.
Tom Hanks acaricia o seu membro. A fricção torna-o ainda mais intumescido. Ajoelha-se na parte posterior da rapariga. Aplica-lhe algumas palmadas sonantes nas nádegas. Samantha treme de excitação. Sustém-lhe os movimentos, abraçando a pélvis da mulher com as mãos.
Aflora o seu ânus com a glande. Inicia a penetração. Primeiro, com movimentos lentos. A seguir, com redobrado vigor. Samantha emite gritos que misturam a sensação de dor com o delírio do prazer.
JC e Tom gritam em uníssono no momento do orgasmo. O corpo de Samantha vibra com a sucessão de orgasmos múltiplos. Depois, agarra nos dois pénis e, com a boca, colhe as réstias de sémen das glandes inchadas.
A bióloga marinha tem agora a sua forte pulsão sexual satisfeita pela acrobática penetração dupla. E sai do quarto sem bater com os cornos em mais nada.
Há dias assim, em que um autor está bem disposto. Satisfaz os três desejos mais estranhos de uma personagem, mete cenas gay e ainda acrescenta umas pitadas de sexo a três, em benefício dos leitores.
Cansados de tanto esforço físico, os dois amantes repousam nos braços de Morfeu.
Enquanto se desenrolavam estas intensas cenas de sexo, dois honoráveis capitães meteram-se num dos vários Ferrari 599GTB Fiorano da sociedade secreta e estacionaram à porta do Flamingo Bay, o novo, no meio de 27 outros ferraris, porsches e maseratis, aguardando o contacto de Samantha.
A noite já havia caído. Apenas iluminados pelos reflexos dos néons multicolores do Flamingo Bay, AA e AR estudam a fotografia do seu alvo no interior no Ferrari.
- Oh Toni, consegues distinguir a cara do gajo?
- Não é fácil, o print é manhoso – responde o outro António.
- O problema é do original. A Samantha podia ter-se esforçado um pouco mais.
Os dois honoráveis capitães identificam Samantha a dirigir-se para o bólide.
- Boa noite, oh meus. Estou cansada de trabalhar para a causa!
- Boa noite Samantha. A foto que nos enviaste é uma merda!
- O que é que vocês querem, oh meus? Foi tirada das câmaras de vigilância do hotel.
- Desculpas da treta. O teu empenho deixa muito a desejar.
- Oh seus cabrões! Para conseguir essa imagem tive de realizar uma incursão à sala de controlo e fazer um felatio ao vigilante de serviço.
- Muito bem! Um felatio por uma causa patriótica! Tá bem visto.
- Oh meus, o caminho está livre e o gajo está a dormir. Tomem lá o cartão de acesso ao quarto 815.
- Quando é que podemos avançar?
- Dêem-me algum tempo para ir desviar a atenção do tipo que está agora a controlar as câmaras de vigilância.
- Achas que nos consegues 15 minutos?
- Normalmente, com os meus felatios a coisa resolve-se em cinco minutos, mas desta vez atraso um bocado a coisa.
(Cá para nós, a Samantha não está nisto pela causa e sim pelo sexo, mas nesta guerra surda pela sobrevivência de Linda-a-Velha City, os fins justificam os meios).
TO BE CONTINUED…

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Bjork - "Cocoon" e "Hunter"



É BJORK e está tudo dito.

Bob Dylan - "Things Have Changed"

“This place ain't doing me any good I'm in the wrong town, I should be in Hollywood”.

BD, ao vivo (mas pouco), Liverpool em 2001.

Nota: E em breve ao vivo numa cidade perto de LA Velha...

18/05/2008 - A Equipa de Canoagem de LA Velha em Constância


Vai para a categoria de jantares mas foi um almoço em 18/05/2008 após a descida do Zézere (9 km's) em canoa com chegada à bela vila de Constância. Aqui estão os cromos e os crominhos de LA Velha presentes. Para o ano há mais, se o Bolinhas voltar (e muito bem) a "chatear" o pessoal. Um obrigado para ele e para os amigos da organização.

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 20

CAPÍTULO 20
JC, A SOCIEDADE SECRETA E A INFORMADORA SAMANTHA

“Aceito o caos. Do que não estou muito seguro
é de que o caos me aceite a mim.”
Bob Dylan

Esta história começa, finalmente, a fazer algum sentido. Já temos uma dose razoável de sexo não explícito. E teremos, prometo, muito explícito.
As drogas hão-de chegar se Deus quiser (alguém me manda algum ópio, heroína, cocaína, crack, anfetaminas ou mesmo cannabis ou um pastilhame?).
O Rock’n’roll não entra no blogothriller, para este poder ser lido em família.
A violência vai aumentar em crescendo. Ainda vai morrer muita gente por aqui e pelo Sudão, Somália, Iraque, na Cova da Moura e na Lapa.
Muita água ainda vai passar por debaixo das pontes do Novo Danúbio.
O que JC desconhece é que a Samantha é informadora da sociedade secreta Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão.
Samantha telefona para o número de telefone secreto da sede secreta da sociedade secreta.
- Oh meu honorável capitão…
O honorável capitão, que se encontra do outro lado da linha, suspeita de qualquer coisa. Se é uma gaja que está ao telefone, se este tratamento está limitado aos honoráveis capitães, se estes são todos homens, se esta forma de trato só pode ser usada no seio da sociedade, se o número de telefone é secreto… Temos aqui uma infiltração do inimigo, pensa ele. Pelo sim, pelo não, decide usar a senha estabelecida para os contactos telefónicos.
- Mercearia Flor de Lótus! – informa o honorável capitão.
- Tem cogumelos laminados?
- Não, mas há fruta biológica.
- Mas o que eu quero é grão-de-bico!
- Então mete o grão na peida e faz-me um bico!
A interlocutora cumpriu todos os procedimentos de senha e contra-senha estabelecidos, o que deixa o honorável capitão um pouco mais tranquilo, mas com muitas perguntas sem resposta.
- Quem fala?
- É a Samantha, a vossa informadora no Flamingo Bay, na Ocean Drive.
- Ah, a Samantha. Sabes que não podes usar essa forma de tratamento? Só um honorável capitão pode tratar por honorável capitão um honorável capitão. São as regras! A fórmula para o pessoal externo é só Oh Meu.
- Elitistas, sulistas e liberais!
- É a vida, jovem, habitua-te. O que é que queres?
- Oh meu, O JC deu à costa. Acabou de fazer o check-in no hotel.
- Sabes se está armado?
- Só se for em parvo! Não dei por nada, oh meu.
- Então vais ter de lhe fazer uma visita ao quarto. Engata o gajo e saca-lhe informações. Eu sei que te custa, mas é por uma boa causa.
- Tou muito à frente, oh meu. Já tinha pensado nisso.
Depois de desligar o telefone, o honorável capitão de serviço convoca imediatamente os demais honoráveis capitães, que se sentam à volta da mesa secreta.
Começa a ouvir-se “Starway to heaven”, dos Led Zeppelin, e os honoráveis capitães põem-se de pé, hirtos e com a mão esquerda no peito, acompanhando o refrão:
Oooh… It makes me wonder
Oooh… It makes me wonder
Segue-se o procedimento normal de controlo de presenças, porque mandam os estatutos e para prevenir infiltrações (já chegam as que existem nas paredes da sede, fruto da má qualidade construtiva da empresa do filho do presidente da câmara).
O presidente da sessão, tirado à sorte, olha em redor, consulta as justificações de ausências e faz o relatório.
- Estão presentes o AA, o AO, o AR, o FB, o JV, o MJ, o RA, o RM, além de mim, o AV, obviamente.
- Estão ausentes o AC (numa reunião de vendas da Herbalife em Ibiza), o FC (a passear os cavalos em Alcochete), o FL (desaparecido em combate), o FP (numa reunião em Paris), o JA (em missão em Macau), o JR (a mergulhar em local desconhecido), o MF (a “trabalhar” no Algarve), o MS (infiltrado na Killing Quickly, Inc.). Por pouco não tínhamos quórum para deliberar. Estes gajos passam a vida a passear! Assim não há revolução que aguente, oh meus honoráveis capitães!
Segue-se um vivo debate, que mistura chapadas, folhetos Herbalife transformados em aviões de papel, considerações ofensivas e uns charros de marijuana, para acalmar as hostes.
Os honoráveis capitães da Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão decidem, com duas abstenções, raptar JC e, assim, suster a ofensiva da Killing Quickly, Inc. e dos espanhóis sobre Linda-a-Velha City.
Enquanto decorria a reunião secreta da sociedade secreta, JC resolveu ir dar um mergulho à praia, antigamente chamada de Cruz Quebrada, mas com designação actualizada para Playa de La Cruce Ahora Arreglada.
Estava JC deitado, na areia branca, a trabalhar para o bronze, quando vê um gajo de barba a sair da água, com uma prancha debaixo do braço.
- Eu conheço aquele gajo de algum lado. Mas não me dou com surfistas… - pensa JC, dirigindo-se ao seu encontro.
- O que é que queres, meu bandalho? – pergunta o sujeito de barba.
- Mal dispostinho? O mar está flat, é?
- Vai gozar com o c… que te f…!
- E tu vais mas é comprar uma prancha de surf decente – sugere JC.
- Surf? Surf o c…! Sou um náufrago e isto é uma tábua que encontrei à deriva.
- Náufrago? Já sei de onde é que te conheço! Já vi o filme. Ganda filme! Por onde é que tens andado estes anos todos?
- Na ilha deserta do filme, o que é que achas? Uns longos anos depois da queda do avião, c…!
- E trouxeste a foto da tua mulher e a bola de voleibol?
- A foto caiu à água e a bola não cabia na prancha – responde o náufrago.
- Os gajos da FedEx fizeram-te um funeral bem decente, sabias?
- Eu bem os f…! Os gajos nem pensem que ficam a dever-me uma data de anos de salário.
- Isso, isso, põe os gajos em tribunal. Eu sou o John Clone, JC para os amigos.
- Tom Hanks. Muito prazer. Pagas-me uma cervejola?
- Bora lá, meu.
Já sentados na esplanada da Playa de La Cruce Ahora Arreglada, conversam com tranquilidade. JC olhando o mar azul. Tom Hanks virado de costas, enjoado de tanto mar.
Enquanto varre a esplanada, com um charro ao canto da boca, Bob Dylan sussurra a letra da canção premiada com um Óscar em 2001, “Things have changed”.
- “This place ain't doing me any good
I'm in the wrong town, I should be in Hollywood”
- To be honest, I really don’t care. I’ve seen it all. (tradução: Tou-me a cagar, se tás mal, desinfecta!) - aconselha a islandesa Bjork, com a bandeja na mão, dirigindo-se à mesa de JC, para recolher o pedido, um bocado lixada por ter perdido o Óscar para o norte-americano.
JC pede uma Margarita. Tom Hanks uma, não, duas, não, três, não, sete, não, nove cervejas. O tipo emborca as geladinhas à velocidade de um Ferrari 599GTB Fiorano (um modelo comum em Linda-a-Velha City).
- Oh Tom, não sei se sabes mas foste nomeado para os Óscares por esse filme. E como não apareceste foi o Russel Crowe que levou a estatueta. (A cerimónia dos Óscares realiza-se, desde 2001, em Linda-a-Velha City).
- Porra! Era o terceiro para a colecção! E o que é tu fazes na vida, bacano? – pergunta Tom Hanks.
- Sou agente secreto e assassino profissional.
- Podias fazer-me um jeito e dar um tiro nos cornos do Russel Crowe, não achas?
- Tudo bem, os amigos são para as ocasiões. Só tenho de acabar uma missão neste paraíso tropical e depois trato disso e à borla, até porque o gajo acha-se um gladiador e uma mente brilhante e eu não gosto de concorrência.
- E aonde é que eu vim parar?
- A Linda-a-Velha City, Panamá.
- Não conheço!
- É natural, tu desapareceste na viragem do milénio. E só depois é que a cidade se tornou numa das mais importantes do mundo.
- O que me apetecia agora era sentar-me a relaxar num jacuzzi. Ficava como novo.
- Bora lá ao meu quarto de hotel, bacano.
Moral deste capítulo: Com tenacidade e ambição, qualquer estrela internacional pode um dia vir a ser contratada para trabalhar numa esplanada de praia em Linda-a-Velha City.
TO BE CONTINUED…

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Os Contemporâneos - "Buraka Obama"

SIM, NÓS PODEMOS! Bom FDS.

Gato Fedorento - "Berardo"

Obrigado Manel. Como não mencionaste nenhuma música no último capitulo tomei a liberdade de escolher um sketch que ilustra que o Berardo diz mais vezes "Fuck You" que o "Armário".

Combustíveis

Acabei de receber uma mensagem de marketing viral de utilidade pública. Não diz respeito apenas ao pessoal de Linda-a-Velha City, mas somos cidadãos do mundo.
Basicamente, apela a que deixemos de comprar combustível aos líderes de mercado (GALP e BP), para os pressionar a baixar os escandalosos preços que pagamos nas bombas.
Provavelmente, esta mensagem até tem origem numa companhia concorrente daquelas duas, mas está bem esgalhado.
Não sei se isso resulta, mas vou participar na campanha.
Estou a ficar muito irritado com a malta das petrolíferas! E, apesar de ter sido anunciado pelo ministro Manuel Pinho que a Autoridade da Concorrência iria actuar, temo que tivessem sido apenas declarações para distrair o pessoal.
Como é que temos liberalização dos preços e todas as petrolíferas praticam o mesmo preço? Há, claramente, uma concertação entre essa maltosa para nos ir ao bolso.
Lembram-se de alguma vez terem descido o preço do combustível quando o preço do crude cai?
Aqui fica o apelo à resistência panamense...

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 19

Tomem lá mais um, para o fim-de-semana...

CAPÍTULO 19
O ARMÁRIO E A ACTIVISTA

“Todas as mulheres devem ter quatro animais de estimação na sua vida. Um vison no roupeiro, um jaguar na garagem, um tigre na cama
e um idiota que pague tudo.”
Paris Hilton

A Killing Quickly, Inc. está deveras preocupada porque a sua “Operação Badajoz” já será do conhecimento da resistência panamense.
E teme pela vida de JC.
Bill Longknife decide, assim, enviar para Linda-a-Velha City o nosso já conhecido armário.
Chegado ao aeroporto internacional da cidade, o armário apanha um táxi e dá as indicações.
- Flamingo Bay.
- O novo ou o antigo?
- Sei lá oh morcão, estás armado em parvo ou quê? Queres apanhar no focinho? Fuck.
- Tenha calma, meu amigo – diz o taxista, já em movimento.
Depois de uma corrida de duas horas, com passagem pela Lapa, pelo Estoril e por Vila Franca de Xira, o táxi pára à porta do hotel.
- Tem a certeza que é aqui? – pergunta o armário – esta zona é um bocado manhosa.
- Flamingo Bay, não é?
- Foi exactamente isso que eu disse oh palhaço! – reage o armário.
- Então é aqui mesmo!
- Os taxistas são iguais em todo o mundo. Fuck! Têm a mania que são espertos, mas eu topo-os a todos, a mim ninguém me engana – resmunga o armário enquanto paga os 250 euros da corrida, abandona o táxi e se dirige à recepção do hotel.
- Aqui é que é o Flamingo Bay?
- Procura o novo ou o antigo?
- Mas que c…! Ouve lá, oh garina, o teu pai é taxista?
- Não, trabalha numa plataforma petrolífera.
- Ah, tá bem. Quero um quarto. Mas tem que ter ar condicionado, vista para o mar e televisão com a CNN.
- Só tenho um disponível, o 218, mas com excepção de um ou outro pormenor, corresponde mais ou menos às suas exigências. Como é que se chama?
- E o que é que você tem a ver com isso, sua vaca. Fuck.
- É para fazer o registo.
- Ah, então tá bem. Não me lembro, tenho que ver no passaporte… Steve Shithead.
- Americano? Muito bem e olhe que o nome cai-lhe que nem ginjas – diz a recepcionista.
- Eu sei, os paizinhos tiveram bom gosto.
- Então e onde é que vocês andam agora a largar bombas?
- Tinha de me sair uma pacifista no baralho! Um gajo não pode dar cúnfia a esta malta do terceiro mundo. Fuck.
- Pronto, desculpe lá, estava só a fazer conversa de circunstância enquanto inseria os seus dados no computador.
- Por acaso não estará aqui hospedado um John Clone?
- Sim senhor, está no quarto 420 – responde a recepcionista.
Por sinal, ela nunca ouviu falar num John Clone, mas o americano é maluco e o medo falou mais alto.
- Com estes gajos é melhor dizer sempre que sim – suspira a recepcionista.
O armário entra no quarto 218. Abre os cortinados e mar nem vê-lo. Tem uma excelente vista para uma fumegante central de tratamento de resíduos. O ar condicionado está avariado e, em contrapartida, alugaram também o quarto a 80% da população de insectos voadores e rastejantes.
- República das Bananas c…! Fuck.
Tenta sintonizar a CNN, mas constata que a única coisa que consegue transmitir alguma imagem é o espelho partido da minúscula casa-de-banho.
- P… de merda, aquela gaja lá de baixo. Antes de me ir embora daqui enfio-lhe um balázio nos cornos. Fuck.
Toca o telefone no quarto de Steve Shithead.
- É do quarto 218?
- Havia de ser donde? Da jaula dos macacos?
- Os americanos são mesmo muito sensíveis!
- E como raio é que você sabe que eu sou americano?
- Está na ficha. Eu sou a recepcionista.
- A activista? Fuck! O que é que tu queres, pá?
- Queria só saber se o quarto corresponde às suas especificações…
- Oh minha grande p…! Isto é quarto que se apresente? O ar condicionado não funciona! Fuck.
- Mas tem ou não aí um aparelho de ar condicionado?
- Mas não funciona! Fuck.
- Isso agora não interessa nada. E tem televisão ou não?
- Tenho mas não tem a CNN! Fuck.
- Lá ter tem, não consegue é sintonizá-la, que é uma coisa bem diferente.
- E a vista para o mar minha rançosa?
- Tem uns binóculos? Se os apontar na direcção da estação de tratamento de lixo, vai ver lá ao fundo, entre dois arranha-céus, um bocadinho de mar.
- Sua vaca, sua p… de merda, vai-te f… Fuck.
- Oiça lá, você deve ter a mania que é um daqueles escritores nova vaga, que acham que escrever uma data de asneiras, linha sim linha sim, vai aumentar as vendas. Já não há ninguém que escreva como o Camões?
- E tu, meu autor do c… não me podias ter arranjado um hotel melhorzinho? Quando te apanhar espeto-te com um balázio na cornadura. Fuck.
- Você é mesmo esquisito. Olhe que a gerência não quer javardices no quarto. Vá lá dar balázios na cornadura para outro hotel. Imagina o trabalho que dá limpar as nódoas de sangue na alcatifa?
- Primeiro, não estava a falar consigo, era com o autor. Depois, eu sou um profissional! Coloco sempre um plástico. Às vezes esqueço-me e só o ponho depois, mas lá que ponho, ponho. Fuck.
- Plástico, seu palhaço? Acha que íamos mandar plástico com sangue e miolos para a reciclagem?
A interessante conversa abriu o apetite ao armário, que acha a recepcionista disponível para mais qualquer coisa.
- Ouve lá oh minha, há por aqui algum McDonald’s?
- A uns 300 metros.
- Aqui só para nós, tens um cú tão bom que deves cagar bombons. Se fosses um frango, punha-te um pau no cú e fazia-te suar. Queres ir comer um hambúrguer?
- Essa abordagem às mulheres funciona lá no Texas?
- No Texas e em todo o lado. O que conta é o charme! Fuck.
- Se o seu charme é igual ao seu QI, deve rondar o valor do PI…
- O PI é grande, não é?
- Muito grande! 3,1416 e se for arredondado para cima!
- Então isso é bom, não é? E vais comigo ao McDonald’s?
- Não frequento sítios onde oferecem bonecos de plástico fabricados numa fábrica asiática, que emprega mão-de-obra infantil.
- Mas qual é o problema? Trabalhar não é um direito que assiste a todos? Achas que os miúdos devem ser discriminados? Rica activista que tu me saíste! Fuck.
- Vai-te f… meu coirato!
- Fufa! Fuck.
A recepcionista desliga o telefone no focinho de Steve Shithead.
Pois é. O pessoal acha que pode tratar mal os taxistas e as recepcionistas e depois queixa-se!
Enquanto JC está no Flamingo Bay novo, de cinco estrelas superior, bem instalado e na perspectiva de meter a Samantha no jacuzzi, ou outra coisa na Samantha, o armário foi parar ao Flamingo Bay antigo, uma pensão rasca, vai comer sozinho, teve de levar com uma activista e nem sequer ficou a saber o nome da gaja.
É caso para dizer: Fuck.
TO BE CONTINUED…

quinta-feira, 15 de maio de 2008

The Who - "Baba O' Riley"

Sim, é a (excelente) música da série CSI.

Irmãos Catita: Drogado

Música pimba de qualidade para animar a malta!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 18

CAPÍTULO 18
LINDA-A-VELHA CITY: A CALIFÓRNIA DA EUROPA

“Onde é que está esse sacana [Marques Mendes]?
É tão pequenino que ninguém o vê.”
Alberto João Jardim

Se foram ao google, conforme foi sugerido no final do capítulo anterior, ficaram a saber que o especialista em moda é daltónico. Os honoráveis capitães vão passar a vestir umas belas túnicas na linha cromática do cor-de-rosa…
Os membros da sociedade secreta Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão já receberam a encomenda com as túnicas. E concordam ir beber umas imperiais para afogar o desgosto.
Enquanto isso, JC, embarcou num avião em Faro e dirige-se para o aeroporto internacional de Linda-a-Velha City.
O que é que JC esteve a fazer em Faro? Nada de especial. Apenas para cumprir o estereótipo das cenas de espionagem, em que os agentes chegam sempre de avião ao palco da acção. E aproveitou para dar um mergulho, acrescentar umas bifas inglesas à sua lista de contactos e ver a casa de onde desapareceu Maddie McCain (mesmo ali ao lado da mansão de férias do Quincas… fosga-se).
JC sai do avião, desloca-se para a zona de recepção de bagagens, recolhe a sua mala e apanha um táxi.
Devido a algumas movimentações suspeitas, detectadas em Linda-a-Velha City pela Killing Quickly, Inc., JC foi aconselhado a alojar-se num hotel, sem mesmo passar pela sua residência.
- Hotel Flamingo Bay!
- O novo ou o antigo? – pergunta o taxista.
- O que fica na Ocean Drive.
Aqueles que há muito não visitam Linda-a-Velha City não conhecem certamente a Ocean Drive.
Mas se vos disser que era a antiga estrada marginal, no troço entre Cascais e Algés, ficam mais orientados.
Claro que a geografia do sítio está um pouco alterada, desde a passagem do milénio.
A Ocean Drive tem agora oito faixas de rodagem.
Do lado do mar, foi criado um calçadão com cinco metros de largura, cheio de palmeiras e gajas giras a andar de patins. Estão a ver Copacabana? É no género mas para melhor. E sem o pessoal das favelas no gamanço…
O lado de terra contíguo à Ocean Drive foi reservado para as melhores cadeias hoteleiras mundiais.
A vasta zona compreendida entre o mar e a Linda-a-Velha City de antigamente, ou seja, o Jamor e a Cruz Quebrada, foi terraplanada para a expansão da cidade.
Os antigos habitantes desta zona foram expropriados e realojados na Lapa, antigo bairro “in”, que está actualmente bastante degradado, assim como a generalidade da capital do Panamá.
Linda-a-Velha City tornou-se, assim, numa acolhedora e importante cidade costeira.
A avenida 25 de Abril, agora baptizada de 5ª Avenida, prolonga-se até à Ocean Drive, desembocando na zona da foz do antigo rio Jamor, alargado para 50 metros, com canais de água cristalina, onde navegam imponentes iates, e que mudou o seu nome para Novo Danúbio.
De um lado e do outro da 5ª Avenida, nasceram imponentes mansões, ocupadas pelas estrelas do espectáculo de todo o mundo, que exigiram à câmara municipal, tendo sido atendidas, uma Rodeo Drive com as melhores griffes.
Do lado direito de quem desce a 5ª avenida encontra-se o bairro de Atlantic Beverly Hills. Do lado esquerdo, Atlantic Bel Air. Ou vice-versa para quem sobe.
Fruto de uma negociação bem sucedida, o Passeio da Fama de Los Angeles foi também transferido para esta zona do Panamá.
Algumas das mais meteóricas estrelas panamenses já marcam presença no Passeio. Soraia Chaves, natural de Linda-a-Velha City, Amy Winehouse, recentemente naturalizada, e Cristiano Ronaldo, estrela do Sporting Clube local, já lá têm as suas estrelas.
Quem ficou algo confundido com as semelhanças entre a nova Linda-a-Velha City e a antiga Los Angeles, fique a saber que, ainda no século passado, o Panamá lançou uma grande campanha internacional impondo uma nova designação para o país.
Os brilhantes publicitários panamenses seleccionaram “Europe’s West Coast” como o novo nome “slogan” turístico do Panamá. Tendo isso em vista, foi efectuada uma acção de benchmarking na costa da Califórnia.
Entendeu-se, e muito bem, que Linda-a-Velha City reunia todas as condições para se transformar numa nova Los Angeles. Só a estrada marginal escapou a esta fúria californiana, tendo-se optado por roubar a designação Ocean Drive a Miami South Beach.
O táxi deixa JC no hotel Flamingo Bay e ele dirige-se à recepção.
- O meu nome é Samantha. Em que posso ajudar?
- E o meu nome é Clone, John Clone, e tenho uma reserva.
- O sistema diz-me que só tem reserva para uma noite. Tem a certeza? Não quer ficar mais algumas e usufruir dos nossos fantásticos serviços?
A recepcionista é uma loira platinada bem jeitosa. E JC não se importaria nada de matar algum tempo com ela. Afinal, a morte é o negócio dele…
- Ainda não sei, duas, três, talvez mais. Isso também vai depender muito de si – diz JC.
- Depende de mim? Como assim?
- Olhe, esqueça! – responde JC com o seu sorriso enigmático número 45, que é, por sinal, o calibre da sua Colt M1911, devidamente acomodada no compartimento secreto da mala de viagem.
- Faça o favor de não fazer esse ar condescendente, como se eu fosse uma loira burra…
- Eu nem sequer tinha reparado no seu cabelo… - replica JC, com o sangue frio adequado a um matador.
- Ai é, então tinha reparado em quê?
- Se quer saber, foi mais no que está debaixo do seu fantástico wonderbra.
- Wonderbra? Olha-me este sacana! Só pode estar a delirar! Não preciso dessas merdas e mesmo se usasse estaria escondido debaixo da farda!
- E sabe onde ficava bem essa farda? Toda amarrotada no chão do meu quarto.
Ela sorri e pisca o olho a JC. Estas bocas foleiras resultam em qualquer parte do mundo.
- Fuma? – pergunta a gaja.
Aproveitando a onda das bocas jurássicas…
- Antes, durante ou depois…
- Não seja parvo! – diz ela, mas agora com um sorriso ainda mais aberto.
- Quarto para fumadores ou não fumadores?
- Isso nem se pergunta. Homem que é homem fuma pelos menos dois maços por dia!
- Não se irrite. Eu também sou fumadora. Aliás, ainda ontem mandei o meu namorado às urtigas porque me veio com conversa das campanhas fundamentalistas anti-tabagistas.
- Li recentemente que o tabaco é parte integrante da cultura universal desde há quatro séculos e devemos-lhe muitas horas de exaltante criação.
- Também li esse artigo. Sabe que o tabagismo passivo é um conceito inventado na Alemanha nazi?
JC percebe que a conversa está bem encaminhada. Afinal, é bem verdade que os fumadores engatam 50% mais miúdas que os não-fumadores. A estatística não engana.
- Vai ficar no quarto 815. Tem vista para o mar, ar condicionado silencioso e televisão por satélite com 400 canais e jacuzzi. É do melhor que temos – informa a boazona. E se precisar de mais alguma coisa é só dizer… na medida da minha disponibilidade, que é muita.
Com efeito, o charme de JC é demolidor.
O nosso herói entra no quarto e liga a TV. Está a começar mais um episódio de CSI Nova Iorque. A música do genérico é uma das favoritas de JC, “Baba O’Reilly”, The Who.
(Lembrei-me a tempo que faltava uma música para o Slow Down colocar no blog…).
TO BE CONTINUED…

terça-feira, 13 de maio de 2008

Supertramp - "Slow Motion"

Não é das minhas favoritas dos Supertramp mas "Slow Motion" tem algo a ver com "Slow Down"...

A Fúria Do Açucar - "Eu Gosto É Do Verão"

Esta é cá das minhas. Grande letra, com grande mensagem.

Venha o Verão por favor...

Peter Frampton - "Show Me The Way"

Cá está o "Show Me The Way", um hino das festas da garagem. Lembram-se?

Palavras para quê?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 17

CAPÍTULO 17
A RESISTÊNCIA PANAMENSE

Yahoo! Que style! É fantástico quando alguém lê tantos .txt. Muito downlouvável, mas tambem muito hard drive. Calma, release e send again. Já mandei ;-) e depois acenei :-* "Alô!?", foi o que apareceu, "o que é que estás a scannar?" ".eu!? Um bit. Show a toolbar! Deixa-me clicar-te aí, minha krida". Redirect: "mas o K é K queres, micro_soft? Anda é mais é forward, parvalhão de Mega!" (:-( Cascade! Qu@l é a fonte que estás a usar? Detect, exe, compact mailboxes, cancel *.* netscape e disconnect.
Umberto Eco

Linda-a-Velha City. Local secreto. Mansão algures em Atlantic Bel Air. Final da tarde. Um grupo de ilustres e impolutos cidadãos está reunido à volta de uma mesa redonda.
Chegaram isolados, usando um confidencial sistema de senha e contra-senha, para evitar intrusos.
- Quem é?
- Sou eu!
Na mesa, em frente de cada um deles, um dossier de capa vermelha, um copo meio-cheio ou meio-vazio (as opiniões dividem-se) de Balvenie (queriam Jameson, não era? Tarados!), um prato com amendoins, uma caixa com comprimidos Herbalife e um telemóvel com perfil configurado para “reunião”.
- Confrades – diz aquele que parece ser o líder do grupo, embora não haja certezas porque a mesa não tem cabeceira e os outros não lhe ligam nenhuma – temos pela frente o desafio mais difícil das nossas vidas, mais até do que a escolha de músicas para as festas de garagem.
- Nãaaaaooooo!!! – grita o DJ Slow Down.
- Sim. Os espanhóis vêm aí!
- Mas ainda falta muito tempo para a Páscoa – diz outro confrade.
- Prepara-se uma invasão muito mais perigosa do que essa – alerta o eventual líder – Abram os dossiers que estão à vossa frente.
- Operação Badajoz? – exclamam surpreendidos os confrades.
Meia hora depois, fecham os grossos dossiers com um sonoro “pum” e fitam-se uns aos outros, estarrecidos.
- Isto exige medidas urgentes – afirma um.
- Acho que impõe é medidas prementes – diz outro.
- Na minha modesta opinião, precisamos é de medidas inadiáveis.
- Lá estão vocês a desconversar. O que precisamos é de uma musiquinha ambiente – diz um dos confrades, que é desnecessário nomear…
- “Show me the way” do Peter Frampton – propõe um.
- “Hotel Califórnia” dos Eagles – sugere um segundo confrade.
- “Slow motion” dos Supertramp – diz outro.
- “I got you” dos Backstreet Boys – indica alguém.
- Não é preciso descer o nível – diz aquela pessoa que toda a gente sabe quem é – vai ser “Starway to heaven” dos Led Zeppelin.
- A nossa sociedade secreta vai ter de fazer um upgrade do sistema organizacional. As novas circunstâncias assim o exigem. Como afirmou Ortega y Gasset, “o homem é o homem e as suas circunstâncias” – disse um confrade.
- Começamos mal – protestou um confrade – deve já aqui ficar decidido que não se citam mais espanhóis nas nossas reuniões.
- OK, pá, agarra lá uma calma. Como estava a dizer, precisamos de uma nova designação jurídica.
- Eu voto em “Capitães de Abril”.
- Eu prefiro “Generais de Abril”
- Generais só quando ganharmos a revolução, porra. Não comecemos já com a mania das grandezas.
- Honoráveis Capitães de Abril.
- Soa bem, carago.
- Mas se estamos em Maio, porque somos de Abril?
- OK, Honoráveis Capitães de Maio.
- Desculpem lá, mas no Verão os dias ficam maiores, no Verão as roupas ficam menores, no Verão o calor bate recordes, e os corpos libertam seus suores, eu gosto é do Verão, eu gosto é do Verão, eu gosto é do Verão.
- Fúria do Açúcar?
- Esse nome é foleiro! Não dá!
- Eu também gosto do Verão, fica Capitães de Agosto.
- E eu gosto das roupas que ficam menores no Verão.
- Honoráveis Capitães de Agosto.
A discussão prolonga-se por algumas horas. A decisão é quase tão difícil como escolher o restaurante para o jantar mensal e o respectivo organizador, desde que o Bolinhas se baldou à tarefa.
Mas os confrades chegaram a uma conclusão:
- Fica então decidido que somos os Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão.
- Mas isso é um nome muito comprido. É pouco prático quando nos interpelamos. Por exemplo: o que é que O Mui Ilustre e Honorável Capitão do Solstício de Verão quer dizer com essa merda?
- Pois é, isso não dá muito jeito nas discussões.
- Então a organização passa a chamar-se Mui Ilustres e Honoráveis Capitães do Solstício de Verão e a fórmula de tratamento passa a ser “Oh meu honorável capitão”. Vamos votar?
Um a um, todos os confrades carregam no botão “Sim” do equipamento de televoto. É a primeira votação unânime da história do grupo.
Nenhum pressiona os 9 botões alternativos, que costumam ser usados maioritariamente: “Não”, “Talvez”, “Sei lá, c…”, “o gajo que propôs isso é rabeta”, “Não respondo”, “Quero lá saber dessa merda”, “Vão todos para os tomates”, “Prefiro uma musiquinha” e “Só se puder fumar”.
Alguns honoráveis capitães questionam a veracidade do dossier “Operação Badajoz”.
Por um lado, acham que só um tonto com falta de imaginação é que dava esse nome a uma invasão. Por outro, não se acredita que o JC esteja à altura da missão.
Outros mencionam a possibilidade de nem sequer existir a Killing Quickly, Inc. e, sobretudo, há quem ponha em causa a credibilidade da fonte.
Aquele que parece ser o líder esclarece então que a sociedade secreta tem um elemento infiltrado na Killing Quickly, Inc. Um rapaz íntegro, alto, louro, sempre bem bronzeado e que passa a vida a viajar num cockpit.
- Ah, é o Miguel Sancho! – exclamam todos em coro (como é que os gajos adivinharam? Estes rapazes são mesmo muito inteligentes!).
Antes de a reunião ser dada por encerrada, os confrades discutem as vestes a usar nas suas actividades.
Em cima da mesa estão duas propostas, ambas sugeridas pelo recente visionamento do filme “O Diabo veste Prada”, o único contacto que os confrades alguma vez tiveram com o mundo da moda, com excepção de um, que lê muitas revistas do género.
Prada é uma das propostas, evidentemente porque está no título.
Valentino é a segunda, porque o pessoal gostou da sua participação no filme.
A opção Prada viria a perder, depois do confrade que costuma ler revistas de moda informar que aquela casa só cria roupa de mulher.
- Oh meus honoráveis capitães, nem pensem nisso! Eu sou muito macho!
Todos concordam que também são muito machos e, assim, é seleccionado Valentino.
Após um breve telefonema para o costureiro, este enviou por e-mail uma curta memória descritiva:
“Túnica de cor fúcsia, em seda, bordada com a designação “I’m a real honourable captain”, uma peça delicada para pessoas delicadas, apresenta um excelente brilho natural, suave e macio ao tacto. O ideal para reuniões secretas. Made by Valentino.”
Só um dos confrades hesitou.
- Algum dos meus honoráveis capitães sabe que raio de cor é o fúcsia?
- Oh meu honorável capitão, importa-se de não complicar? – acusa o confrade do lado.
- Fique o meu honorável capitão a saber que o fúcsia é parecido com o bordeaux – explica aquele que costuma ler revistas de moda.
A reunião termina com um honorável capitão a propor que “Starway to heaven” dos Led Zeppelin se torne no hino da sociedade secreta.
- Mas porquê oh meu honorável capitão?
- Primeiro, porque a letra desta canção é um hino satânico que, lida de trás para a frente, envia mensagens ao diabo. Segundo, porque a banda estava sob o efeito de drogas quando fez a canção. Terceiro, porque eu é que percebo de música.
Considerando muito interessante e adequada a explicação, sobretudo a cena de estarem ganzados, a proposta foi aprovada por unanimidade.
(Os gajos estão f… com o fúcsia. Querem saber porquê? Façam o favor de ir ao google).
(E o Montez tem aqui um belo portfólio de músicas, para todos os gostos, para maior liberdade de escolha…).
TO BE CONTINUED…