terça-feira, 3 de junho de 2008

Cantinho da Poesia - 1º Arremesso

Pois tanto ameacei... que enfim. chegou a altura de cumprir com o mais temido... o prometido... e é devido...

Ora tomem lá e engulem (se for preciso com muita água...)


Fogo Telúrico


A forma deliciosa como,
A tua língua se dobra,
Quando aflora,
Fora da tua boca,
Simplesmente sensual,
É algo mais que divinal!
A maneira, como o teu corpo,
Oscila, ao sabor do desejo,
Quando ele toma conta,
Do teu ser magistral,
É mais que infernal!
O odor e o sentir,
Do teu prazer e teu suor,
Escorrendo ente tuas virilhas,
Inflama-me todos os sentidos,
E lança-me num torvelinho,
Onde o desejo e a loucura,
Se misturam em partes iguais!
Teu olhar insinuando,
Todas as perversões,
Mistura-se com o meu,
Completamente rendido,
Á nossa cumplicidade!
Avançamos, perdidos,
Para um caminho sem regresso,
Criminosos sem perdão,
Unidos no crime perfeito,
Merecemos a pena capital,
Arrombámos a fortaleza,
Onde Eros escondia seus segredos,
Um a um, explorámos todos eles,
Fazem agora parte
Do nosso louco quotidiano!
O Kamasutra, já ficou para trás,
Faz muito tempo!
Tentemos o intentável,
Ousemos o inenarrável,
Criemos novos portões,
Para de novo os arrombarmos!
De perversão em perversão,
Envergando a bandeira do desejo,
Guiados pela procura do prazer,
Escreveremos novos manuais,
De perdição total e incondicional...
Não quero saber de limites,
Tabus não existem simplesmente,
Quando o desejo flui assim entre nós,
Duma forma líquida, e quente,
Escorrendo como lava de um vulcão,
Intenso, furibundo em erupção,
Arrasando, triturando, queimando,
Á sua passagem, tudo o que existia,
Criando novos caminhos de fogo,
Moldando o mundo á nossa maneira!
Tal como nossos corpos,
Se moldam um no outro,
Se grudam e não despegam,
Quando nossas bocas se tocam...
Esta química entre nós,
É digna de alquimista,
E este fogo que nos possue,
É pouco menos que telúrico,
Como vindo do centro da Terra,
Do centro do nosso mundo!
E uma coisa podes crer,
Não há por aqui nada melhor,
Do que assim eternamente arder!



Zef - Mirror Man

8 comentários:

RJAM disse...

Muito bem ZEF, já vi que as noites são animadas lá em tua casa (e provávelmente fora de casa também). Começaste tarde (penso eu de que) mas já viraste poeta. E o poeta é um fingidor que finge tão completamente que chega a fingir que é ardor, o ardor que deveras sente (Ah, não é o ardor?). Parabéns e continua (a dar umas).

Zef disse...

O teu comentario esta um pouco fora do contexto, Rui...

1º Este poema foi escrito ha quase 6 anos e dedicado a alguem com quem acabei vivendo quase 4 anos.
2º Nada aqui tem a ver com sentimentos e momentos fingidos... antes pelo contrario...
3º As noites não têm sido tão animadas assim.. durante o ultimo ano e meio... nada mesmo...

Um abraço!


Zef

Anónimo disse...

pata na poça...... sr RJAM

Anónimo disse...

Estou rendido à capacidade da escrita do Zef... toma cuidado porque daqui a pouco aparece p'ra aí alguém a querer traduzir a tua poesia para inglês.. à semelhança do textos do nosso grande Fernando Pessoa... continua, porque escreves muito bem!!!! Só podias ser do Glorioso!!!!

Zef disse...

Por acaso tb ja escrevi algumas (poesias) directamente em inglês...

Anónimo disse...

Bom...muito bom...quem escreve com o coração não finge...ao contrario do rjam acredito mais nas palavras do "poetinha" Vinicius de Moraes...Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure...
jinhos

MANUEL JESUS disse...

O camarada Arnaldo de Matos, que já foi um grande revolucionário, é que vos topa. Vocês são todos uns bloquistas:
"Temos uns magníficos partidos na esquerda portuguesa. Temos o partido das vacas loucas, o PCP, o partido dos burros, o PS, e o clube dos poetas mortos, que é o Bloco de Esquerda".

ZEF: Adoro o non-sense, mas um belo de um poema erótico é muito mais estimulante. Pelos vistos, já há seis anos que te drogas... Em inglês não, if you don't mind.

Zef disse...

Já dizia o outro...

O amor é uma droga dura! E faz mais efeito consumida no estado puro... e a quente... bem quente... no calor da paixão...

È essa a droga!! Maldita cocaína!