segunda-feira, 28 de abril de 2008

"CRIME EM LINDA-A-VELHA CITY" - CAPÍTULO 9

CAPÍTULO 9
SOMOS CAMPEÕES, CARAGO!

“O sexo está envenenado por estereótipos de pénis gigantes, erecções duras como pedra e coitos que duram a noite toda”
Eric Corty

Os seguintes acontecimentos ocorrem entre as 16.30 e as 17:30, de 25 de Abril de 2008.
John Verygood e Peter Hitdogs estão a equacionar uma acção de reforço da “Operação Badajoz”, que visa dotar duas regiões espanholas de vista para o Atlântico, a partir da eliminação em massa do combatente povo panamense.
- Temos de pôr a coisa nos eixos lá para os lados do Panamá – diz John Verygood.
- Tens toda a razão. Já pedi aos Recursos Humanos uma lista dos nossos operacionais em Linda-a-Velha City.
- Linda-a-Velha City? Não foi lá que se realizou a final da Super Bowl?
- Negativo, John. Deves estar a fazer confusão com uma notícia de ontem. O clube da cidade, o Sporting Clube de Linda-a-Velha, conquistou a Taça do Mundo.
- É isso, é isso! Com dois grandes golaços do Cristiano Ronaldo, o puto que foi contratado ao Manchester United… e que tem aquele treinador fantástico, “Tonisca” Oliveira, a quem já chamam Two And A Half Points Over Special One.
- Como devias saber, se não fosses tão idiota, Linda-a-Velha City é a principal metrópole do Panamá.
Os dois responsáveis da Killing Quickly, Inc. são subitamente interrompidos pelo inconfundível toc-toc da batida no mogno da porta do gabinete.
- Entre – responde Verygood.
- Chefe, tenho ali fora aquele tipo que insiste em ser recrutado, o Estalone – informa Rebecca, a secretária do director geral.
- Oh Rebecca, isso são maneiras de se apresentar na minha presença? Camisa rasgada, mamas à mostra, belas mamas, sim senhora, cuecas em baixo e, ainda por cima, despenteada? Será uma forma subtil de pedir um aumento de salário?
- Não chefe. O Estalone confundiu-me com uma miúda vietnamita que conheceu na guerra…
- Diz a esse trambolho que estou ocupado!
- Mas chefe, ele já esmagou o meu computador, comeu um bocado da alcatifa e atirou pela janela a estagiária…
- Aquela que contratámos no mês passado? A da cunha metida pelo gajo do saxofone?
- Isso mesmo.
- Estou-me nas tintas! A gaja era uma incompetente do caneco.
- Oh chefe, olhe que ela até ocupou uma posição bem exigente na sala oval.
- Quero é que ela vá fazer uns valentes b…
- Já fez, chefe, já fez. E de alto nível!
- Despacha lá o gajo em grande velocidade. Olha, fala-lhe ao coração, tens jeito para isso!
Passados alguns segundos, Rebecca regressa ao gabinete.
- Então? Falaste-lhe ao coração?
- Oh chefe, o Estalone diz que o coração dele já não bate como dantes! – responde Rebecca lavada em lágrimas – Trocou por um de plástico, com oferta de pacemaker, numa promoção da clínica lá do bairro. E, entretanto, implodiu três armários, gastou cinco caixas de agrafes a fazer piercings nas orelhas e estrangulou a menina dos cafés.
- Bem, contrata lá outra para servir cafés, que eu hoje estou um mãos-largas, e acalma essa besta. Põe o gajo a falar de sexo. Homem que é homem adora conversas do género!
Rebecca volta a sair, mas logo regressa a correr, anda mais rápida que a atleta panamense Carla Sacramento. Percorrendo os 100 metros que distam da porta do gabinete à secretária do chefe em 7,9 segundos.
- Oh chefe. O Estalone diz que não tem sexo. A ex-mulher esmagou-lhe as little balls com as big bubbies e, depois desse episódio, do que ele gosta mesmo é de criar periquitos e ser nosso empregado.
- Vá lá, Rebecca, tu vais conseguir. Read my lips: tu vais ser capaz!
Rebecca estende a mão direita na direcção dos lábios do chefe e, com recurso ao sistema Braille, lê-lhe os lábios e sai, confiante, repetindo para si própria:
- Eu sou capaz… eu sou capaz… eu sou capaz…
Mas não durou mais do que três minutos para voltar a penetrar no gabinete, agora ainda mais cabisbaixa.
- Por favor receba-o, chefe. Segui a estratégia da conversa séria, explicada no 5º capítulo do nosso manual de acolhimento. Tentei discutir com ele “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, mas o Estalone olhou para mim com ar esgazeado e disse-me: Lenine? O que tu queres sei eu!
(OK, esta paga direitos. Já fiz a devida transferência para a SPHRSPFP - Sociedade Panamense de Humoristas Ricos Sobretudo Porque Fazem Publicidade, tá?)
- Oh Peter, como é que se há-de resolver este impasse?
- Põe o gajo a colar selos naquele mailing que vamos fazer a nível mundial, para captação de clientes.
- Grande ideia! Rebecca? Em frente, marche!
- Yes, boss!
A coisa não está nada fácil. Os neurónios estão exaustos, o Benfica não ganha nada, já deitei abaixo duas William Lawson’s, o Jorge Coelho gamou-me o lugar de presidente da Mota Engil, acabei de ser notificado de um processo de assédio sexual, os ursos panda correm sérios riscos de extinção, as alterações climáticas preocupam-me, tenho um agiota à perna por causa de dívidas de jogo, o euromilhões bateu ao lado, nunca mais prendem o Pinto da Costa. E ainda faltam 17.763 capítulos!
E ainda não é desta que ficam a saber quem são os operacionais da Killing Quickly, Inc. em Linda-a-Velha City.
TO BE CONTINUED…

4 comentários:

Anónimo disse...

eu resistirei...eu resistirei!!!!!!

MANUEL JESUS disse...

A paciência é uma grande virtude!

Fernando Bugalho disse...

Oh Manel, fónix, 'tão nunca mais ?

Quando é que "isto" arranca ? Estás armado em Manoel de Oliveira ou quê ?

RJAM disse...

E de quem será a culpa? Do Benfica? Do William Lawson? Do Jorge Coelho? Das gajas (ou dos gajos)? Dos ursos panda? Da camada do ozono? Do jogo? Do Pinto da Costa? Minha? Tua?